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Fugas em vão: em greve, professores prometem ir aonde Serra for

Nem mesmo a repressão e a censura imposta pelo governo Serra enfraqueceram a greve dos professores da rede paulista de ensino. Com 17 dias de movimento e quase 80% da categoria parada, a ordem é inverter a ordem: já que o governador José Serra (PSDB-SP) se recusam a receber os professores, são eles que agora vão atrás do tucano, onde quer que Serra esteja.

“As manifestações que os professores da rede estadual têm realizado nos locais onde o governador comparece são absolutamente naturais”, afirma Maria Izabel Noronha, a Bebel, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). “Estamos em greve reivindicando reajuste salarial e melhores condições profissionais e educacionais. Queremos a abertura de negociações e o governo recusa o diálogo. Os professores se dirigem, portanto, ao chefe do Executivo, pleiteando que negocie”.

Bebel também denuncia a ofensiva da mídia para desqualificar o movimento grevista. “Alguns órgãos de imprensa desinformam ao fazer ilações entre a Apeoesp e partidos políticos, desviando o foco da cobertura de sua questão central: temos reivindicações e queremos negociar. A Apeoesp e demais entidades do magistério têm caráter sindical e sua atuação é pautada pela categoria, em deliberações públicas e democráticas, e não por partidos políticos.”

Na opinião de Bebel e da Apeoesp, as denúncias de partidarização do movimento devem se voltar contra o próprio governo Serra. “A grande massa de professores realiza uma amarga experiência com este governo, que não dialoga, e poderão, sim, definir suas preferências partidárias e eleitorais considerando esta experiência.”

Serra deixa o cargo no dia 31 para disputar o Palácio do Planalto. Na reta final de seu governo, o tucano enfrenta protestos generalizados de servidores. Além dos professores — que entraram em greve em 8 de março —, delegados da Polícia Civil iniciaram operação padrão nesta semana. Já os servidores da saúde também anunciaram ato no fim do mês contra o governo estadual.

Da Redação, com agências

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