Jô faz apelo por ultimo ato de Aécio em defesa do Ipsemg

Em discurso na tribuna da Câmara, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) reivindicou do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), “que, como último gesto antes de sua saída resolva e enfrente o problema do Hospital do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg)”.

Jo Moraes

Em discurso hoje (25) da tribuna da Câmara, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) reivindicou do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), “que, como último gesto antes de sua saída resolva e enfrente o problema do Hospital do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg)”.

O Hospital governador Israel Pinheiro está novamente em crise, com número de leitos reduzidos, marcação de consultas dificultadas, cirurgias eletivas suspensas e outras sendo adiadas e funcionários administrativos em greve. Esta foi deflagrada ontem, diante das inúmeras carências da instituição. Também os médicos já anunciaram que paralisarão as atividades na próxima segunda-feira (29) até quarta-feira (31), período em que só atenderão casos de risco de vida.

Em seu pronunciamento, Jô Moraes solidarizou-se com os profissionais e com os servidores que dependem e são atendidos pelo Hospital do Ipsemg, envoltos numa situação que caracterizou como caótica. “Hoje esta marcada uma paralisação do setor administrativo, muito mais uma resposta a uma situação caótica que o hospital, tão querido de todos os servidores do Estado de Minas enfrentam”, afirmou.

Jô Moraes destacou que dos 540 leitos, apenas 290 estão disponíveis “e isso numa fila quilométrica para atendimento às cirurgias”.

Discurso

Aqui, a íntegra do pronunciamento da deputada sobre a crise do Ipsemg: “Senhor presidente, deputado Rômulo Gouveia, ilustre representante de minha querida Paraíba, senhoras e senhores deputados. Queria aqui registrar toda a minha solidariedade aos profissionais e aos servidores que são atendidos pelo Hospital do Instituto dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).O Hospital Governador Israel Pinheiro, do Ipsemg, está em crise novamente. Suspendeu as cirurgias eletivas e até mesmo consultas médicas. Internações só em caso de urgência e emergências, mesmo assim em número inferior ao existente. São 540 leitos, segundo informa a imprensa mineira e estariam disponíveis apenas 290. Servidores que haviam marcado cirurgias há até três meses estão em desespero diante do cancelamento das intervenções.

A carência de médicos – pois há 10 anos não se realizam concursos – e o paulatino sucateamento da instituição são apontados por usuários e servidores como as principais causas da crise. O Centro de Terapia Intensiva (CTI) está subutilizado em razão da falta de especialistas. E todos nós podemos imaginar o que significa estar doente ou ter um parente em situação grave sem ter onde interná-lo.

É importante considerar ainda que, por falta de equipe especializada, equipamentos caros e sofisticados estão se depreciando, enquanto vidas ficam em risco. Uma paralisação de servidores do setor administrativo foi marcada para esta quinta-feira, dia 25. Não está descartada a adesão do pessoal médico e pára-médico, já que as carências atingiram um ponto crítico. Gente com mais de 20 anos de atividade profissional se recusa a assistir impassível o sucateamento de um patrimônio que não é apenas dos servidores é de todo o povo. Nós mineiros, nós brasileiros que trabalhamos, pagamos nossos impostos, contribuímos com a dinâmica social não aceitamos tamanho descaso com o bem público.

Com um hospital que foi construído e é mantido com a contribuição mensal descontada no contracheque de cada servidor do Estado de Minas Gerais. Porque não são apenas os servidores que estão ou ficarão desamparados na saúde. Esta crise afeta a todos nós, pois os hospitais e centros médicos existentes são insuficientes para a demanda.

Cobramos a atenção do senhor governador. Uma instituição do porte do Hospital Israel Pinheiro, que leva o nome de um ex-governador conhecido por sua honestidade, não pode ser lançado ao descaso. Basta!Por isso, solicitaria ao Governador Aécio Neves, que como último gesto antes de sua saída, resolva e enfrente o problema do Hospital do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais. Era o que eu tinha a dizer!”