Reforma de Kassab não reduz lentidão de corredor de ônibus em SP

Maioria dos corredores passou por recapeamento, mas velocidade média no horário de pico continua inferior a 18 km/h. As reformas feitas pela gestão Gilberto Kassab (DEM) nos corredores de ônibus não melhoraram a vida dos passageiros em São Paulo. Nos horários de pico, a velocidade média continua igual em quatro dos sete corredores que foram recapeados nos últimos dois anos.

As reformas feitas pela gestão Gilberto Kassab (DEM) nos corredores de ônibus não melhoraram a vida dos passageiros em São Paulo. Nos horários de pico, a velocidade média continua igual em quatro dos sete corredores que foram recapeados nos últimos dois anos.

Em dois deles, os ônibus estão mais lentos que em 2009. E só em um estão mais rápidos.
Há na cidade dez corredores, que transportam 3,1 milhões de passageiros por dia. Com a lentidão recorrente, em agosto de 2008 a prefeitura anunciou reformas para aumentar em 10% a velocidade média. Mas isso ainda não ocorreu. Em média, os ônibus andam a 17,2 km. Trata-se de índice inferior ao que a própria SPTrans (empresa que gerencia o transporte coletivo na cidade) considera apropriado -18 km/h.

A pior situação está na zona norte, nos corredores Inajar-Rio Branco-Centro e no Pirituba-Lapa-Centro. Ali, o ônibus não passa de 12 km/h no pico. Daí a preferência dos motoristas pelo carro, que anda em média a 15 km/h na cidade nos horários de maior movimento.
"O ônibus é mais prejudicado pelo congestionamento. Tem percurso fixo, não pode escapar do trânsito. O carro pode buscar um caminho alternativo", afirma o engenheiro de transportes Jaime Waisman, professor da Poli-USP. "O ônibus não tem sido atrativo em razão da baixa velocidade, do excesso de lotação, da viagem mais longa -o que explica por que tanta gente prefere automóvel."

O ideal, para ele, é que os ônibus andem a pelo menos 20 km/h nos corredores. O único a andar acima desse patamar é o Expresso Tiradentes (ex-Fura Fila), que tem faixa exclusiva -ele circula a 36 km/h. Recapear as vias ajuda, disse Waisman, para que os ônibus não tenham de frear a cada vez que encontram um buraco.

Mas não é suficiente, alerta: faltam, por exemplo, faixas de ultrapassagem. Sem elas, os ônibus formam fila nas paradas de embarque e desembarque.

Da redação, com informações da Folha de S.Paulo