Presidente Lula pode participar do 2 Julho na Bahia

Nem o jogo da seleção brasileira de futebol, marcado para às 11h, diminui a disposição dos baianos de render homenagens aos heróis da Independência da Bahia na próxima sexta-feira (2/7). A tradicional caminhada foi antecipada e deve começar às 8h, na Lapinha, com chegada prevista ao Terreiro de Jesus antes do início da partida entre Brasil e Holanda. Este ano, a grande expectativa é a possível presença do presidente Lula.

O convite para vinda do presidente às comemorações do 2 de Julho surgiu durante sua última visita à Salvador, no dia 10 de junho, quando foi anunciado o Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador, com forte investimento do governo federal. Lula se mostrou interessado em participar da festa e tudo indica que estará presente.

O PCdoB também participa da festa do 2 de Julho, com uma das alas mais animadas para o cortejo. Este ano, os comunistas vão manter o ponto de encontro ao lado posto de gasolina, na praça da Soledade, de onde saem logo atrás da comitiva do governador. “Estamos convocando a militância para chegar às 7h30, para não perdermos nenhum momento da caminhada que será às 8h. Todos devem vestir suas camisas e levar as bandeiras do partido para o cortejo”, informou o presidente do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo.

A festa do 2 de Julho é uma das mais tradicionais da Bahia e marca a data em que as tropas brasileiras entraram vitoriosas em Salvador, em 1823, após derrotarem as últimas tropas portuguesas que se recusavam a aceitar a independência do Brasil em relação à Portugal. A batalha começou ainda em 1822 e durou quase um ano, com batalhas em diversas cidades do estado, com destaque para Cachoeira, Maragogipe e outros povoados do Recôncavo.

Segundo o historiador Ubiratan Castro, o que marcou bastante a guerra da independência da Bahia foi a grande frente popular pela independência do Brasil. “Onde as mulheres entraram em combate, os trabalhadores rurais, os meeiros, posseiros e homens da roça aderiram ao Exército e até os escravos das plantações e engenhos fugiam para se alistar no Exército, atendendo ao apelo do General Labatut, que lançou uma proclamação oferecendo a liberdade a todo negro que entrasse no exército libertador”, afirmou.

Até hoje, o povo é a grande estrela do cortejo do 2 de Julho, que reúne milhares de pessoas no Centro Histórico da cidade para reverenciar heróis de origem popular, como Maria Quitéria, João das Botas e Maria Filipa, que lutaram ao lado do Exercito Brasileiro para consolidar a Independência da Bahia e do Brasil.

De Salvador,
Eliane Costa