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Casamento homossexual provoca crise política no Chile

Três senadores chilenos apresentaram, nesta terça-feira (03), um projeto ao Congresso que permitiria o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que gerou polêmica e provocou nova fissura no desgastado bloco opositor de centro-esquerda Concertación.

Com a iniciativa, os senadores da oposição Fulvio Rossi, Guido Girardi e Alejandro Navarro tentam repetir o que aconteceu na Argentina depois da recente legalização do casamento entre homossexuais.

"Estamos animados em começar um caminho, o mesmo caminho iniciado quando terminamos com a diferença entre filhos naturais e filhos legítimos, de modo que hoje o que estamos fazendo é aprofundar a democracia", disse Rossi a jornalistas.

O projeto aponta para uma modificação no artigo 102 do Código Civil que estabelece que o casamento é entre um homem e uma mulher. No governo do presidente Sebastián Piñera só houve a intenção de regulamentar as uniões estáveis, mas não os casamentos de pessoas do mesmo sexo, os quais o governo de direita se opõe.

Recentemente, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a criar e aprovar uma lei sobre o tema.

Divergências

A ideia da aprovação da lei que garantiria o casamento entre pessoas do mesmo sexo é rejeitada pela maioria dos parlamentares da aliança governista. Nos partidos de oposição, tradicionalmente mais liberais, também há divergências sobre o assunto.

O Senado chileno é controlado pela oposição, mas na Câmara dos Deputados há uma leve maioria da direita.

"O que foi apresentado ao Congresso não é uma lei de casamento homossexual nem heterossexual. É apenas uma lei de casamento, que vem a terminar com as injustiças de uma normativa que beneficia apenas um modelo de família", disse o líder do Movimento de Integração e Libertação Homossexual, Rolando Jiménez.

Com agências