Bancários ameaçam iniciar greve a partir do dia 29

Na manhã desta terça-feira (21), a categoria se reúne em frente ao Banco do Brasil da avenida Rio Branco para um ato público, com o objetivo de dar visibilidade à campanha salarial 2010 e chamar a atenção da sociedade para o caos visto nas agências bancárias.

De acordo com a coordenadora-geral do sindicato dos bancários, Marta Turra, as exigências da classe incluem um reajuste salarial de 24%, mais a negociação de perdas sofridas desde a implantação do Plano Real; a criação de um Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) para a categoria e a garantia de isonomia entre os funcionários novos e antigos. “Além disso, queremos o aumento da parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) destinada aos funcionários”, disse.

Os bancários reivindicam ainda a melhoria nas condições de trabalho, de modo a reduzir a pressão diária enfrentada pelo trabalhador. “Dos 3 mil bancários ativos e inativos do estado, cerca de 300 desenvolveram problemas de saúde por causa do trabalho. Muitos destes estão com problemas psicológicos como depressão e estresse, sem contar os que sofrem de LER (lesão por esforço repetitivo)”, explica.

Para reverter esta situação, a categoria propõe a realização de um maior número de concursos públicos e a criação de dois turnos de trabalho para o bancário. “Com isso, o horário de funcionamento dos bancos seria estendido e mais profissionais poderiam ser contratados. Medidas como esta trazem benefício à todos; a população teria mais tempo para resolver suas pendências e os profissionais trabalhariam menos”, aponta, ressaltando que o resultado seria o fim do atual “caos” nos bancos.

Segundo Marta, os bancários aguardam o recebimento de uma contraproposta por parte da FENABAN no dia 22. Em seguida, a categoria se reunirá para analisar o documento. Caso o resultado não seja considerado satisfatório, a greve terá início a partir do dia 29. As negociações entre as partes já se estendem há cerca de um mês, informa ela, e, ao que tudo indica a paralisação será inevitável. “Os poucos benefícios conquistados pelos bancários ao longo dos últimos anos foram conseguidos exclusivamente na base da greve”, ressalta.

“É importante que a sociedade compreenda a nossa situação. Nós não entramos em greve sem motivo, entramos porque somos obrigados. Os bancos não têm motivos para não acatar nossas reivindicações, visto que seus lucros só aumentam. Apenas faturamento do primeiro semestre de 2010 foi de R$ 24 bilhões, quando no ano passado inteiro o lucro dos bancos foi de R$ 21 bilhões. Existem recursos para melhorar o trabalho dos banqueiros e o atendimento oferecido à população e isso não é feito por causa da ganância deste setor”, ressalta.