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Rafael Correa critica defensores de golpistas

O presidente equatoriano, Rafael Correa, criticou os que defendem os envolvidos na intentona golpista de 30 de setembro e pretendem acusar de crimes de guerra os defensores da Constituição. Ele se refere à movimentação da oposição, que agora pede que a "ONU investigue" os fatos ocorridos naquele dia.

"Agora os cidadãos e a força pública que defenderam a Constituição são os criminosos de guerra", expressou Correa, assinalando que alguns meios de imprensa e certa oposição se dedicaram a semear dúvidas, dizer mentiras e falar de violação à 'liberdade de imprensa'".

Durante a Sessão Solene pelos 190 anos da província Guayas, realizada ontem, Correa recordou os fatos de 30 de setembro e assegurou que, se a ONU quiser vir constatar "supostos abusos" cometidos nesse dia contra os direitos humanos, será bem-vinda.

A ONU "será bem-vinda" também para observar "a dupla moral" de alguns meios locais e de setores da oposição, que negam "o evidente sequestro e tentativa de assassinato contra o presidente", afirmou Correa, segundo publicou o jornal oficial El Ciudadano.

"Aqui ainda, lamentavelmente, temos que suportar esses níveis de primitivismo", disse o presidente, em relação àqueles que ainda duvidam que o ocorrido no dia 30 de setembro foi uma tentativa de assassinato do presidente (magnicídio) e de um golpe de Estado.

Agregou que continuarão fazendo o ridículo ante organismos internacionais, ao dizer que a Cadeia Nacional de 30 de setembro era ilegítima, "apesar de sua total constitucionalidade ter sido demonstrada, uma vez que o país se encontrava em Estado de exceção".

"Agora querem semear a dúvida de que se atentou contra a liberdade de imprensa", disse. "Esquecem-se estes senhores do estado de comoção que se vivia, da agressão ao presidente, dos saques em Guayaquil? Aí estão os vídeos!", enfatizou.

"Por acaso não se estava atentando contra uma liberdade muito maior que a suposta liberdade de imprensa?", questionou o presidente, ao advertir que, nessa visita, "observarão em primeira mão como certos meios de comunicação vergonhosamente omitem informação dia a dia".

E recomendou aos líderes da oposição que busquem algo melhor que a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), pois o país estava em comoção, e perguntou publicamente "quantos mortos mais queriam" para convencer da necessidade da Cadeia Nacional.

"Além disso, (a ONU) poderá comprovar como um grupo de congressistas pediu, de maneira suspeita e grosseira a anistia para os que me agrediram brutalmente, para os que assassinaram polícias, militares e civis desarmados", denunciou Correa.

No mês de setembro, um grupo de policiais se rebelou com o objetivo de protestar contra uma reforma trabalhista impulsionada pelo Executivo, que supostamente lhe tiraria benefícios.

Ao tentar dialogar com os manifestantes – que ocuparam quarteis e também o aeroporto internacional de Quito -, Correa foi agredido e, depois, mantido 'refém' em um hospital da capital, que foi cercado pelos manifestantes .

Na época, diversos líderes mundiais, além de organismos internacionais, como a OEA (Organização dos Estados Americanos) e a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), repudiaram a mobilização, considerando-a uma tentativa de golpe contra o mandatário constitucional do Equador.

Correa conseguiu deixar o hospital policial de Quito, depois de cerca de 12 horas, resgatado por um comando leal ao seu governo. De acordo com dados da imprensa local, ao menos oito pessoas morreram naquele dia.

Na última semana, parlamentares do país anunciaram o pedido para que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos investigue os fatos que, segundo alegam, não consistiram em uma tentativa de golpe de Estado, mas sim de insubordinação.

Com agências