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Senado: ainda não discutimos salário mínimo, diz novo líder do PT

Escolhido por consenso pela nova bancada do PT no Senado, depois de quase três horas de reunião, o senador eleito Humberto Costa (PE) será o líder do partido na Casa na próxima legislatura. Em entrevista coletiva, após a reunião do PT nesta terça-feira (11), Costa, ex-ministro da Saúde no governo Lula, deu o tom que deverá orientar a bancada na nova legislatura: a busca da conciliação com os demais partidos da base aliada e também com os partidos de oposição.

Por isso, as indicações do partido para os cargos da Mesa e para as comissões foram adiadas para o dia 27, conforme anunciou o líder em exercício, senador Eduardo Suplicy (SP). Nesse ínterim, o partido deve buscar reforçar um bloco partidário no Senado, em conversas com partidos como PDT e PTB.

“Que possamos nos harmonizar com os demais partidos do bloco, mas também manter uma porta aberta para negociação com os partidos de oposição. Acredito que com a ajuda dos que estão aqui há mais tempo poderemos cumprir a contento essa tarefa de tamanha responsabilidade”, declarou Humberto Costa.

O novo líder petista disse que a vice-presidência será o cargo da Mesa a ser pleiteado pelo PT, observando, porém, que isso depende da maior bancada — o que ainda está sujeito à formação dos blocos. Segundo Costa, o PT acatará a indicação do PMDB para a Presidência do Senado, salientando que o partido aliado tem pessoas "importantes e capazes" que podem presidir a Casa.

Sobre a liderança do governo no Congresso, Costa disse que a indicação é de livre escolha da presidente da República, Dilma Rousseff, e que essa indicação deverá ser feita até a próxima reunião do PT ou até o dia 31. Quanto à presidência das comissões permanentes, ele disse que, embora haja preferência por parte de diversos membros da bancada petista pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), por sua importância, não pode ser descartada.

Apesar de ausentes à reunião, os novos senadores petistas Ângela Portela (RR), Jorge Viana (AC) e Wellington Dias (PI) foram consultados sobre a escolha do líder por telefone. Também participou da reunião o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

Salário mínimo e CPMF

Em resposta à imprensa, Humberto Costa informou que a possibilidade de aumento no valor do salário mínimo proposto pelo governo — R$ 540 — não foi discutida pela bancada. Ele disse que a matéria deve ser discutida pela Câmara e pelo Senado. Acrescentou que, embora o valor do mínimo deva "agradar" ao povo brasileiro, é preciso também respeitar as demais prioridades do governo que dependem de recursos.

Segundo o senador Paulo Paim (RS), as centrais sindicais proporão R$ 560, uma vez que a inflação em 2010 foi bastante superior à meta estipulada pelo Banco Central. Já José Eduardo Dutra disse que o partido entende as questões do governo. De acordo com ele, o aumento do salário mínimo acima das possibilidades governamentais pode gerar desequilíbrios e inflação, com efeitos perversos justamente sobre a faixa populacional que tem sua renda vinculada ao mínimo.

Costa também defendeu mais recursos para a saúde, mas preferiu evitar falar sobre a criação de um mecanismo como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ao final da reunião, o senador Delcídio Amaral (MS) elogiou o tom da nova bancada, que promete ser de decisões tomadas por consenso.

Da Redação, com informações da Agência Senado