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Comunistas querem melhoria na educação e saúde pública

Logo na primeira semana de trabalho, os deputados comunistas do Ceará, Chico Lopes e João Ananias, manifestaram em discurso no Plenário da Casa a disposição de trabalhar em busca de melhores condições de vida para o povo brasileiro, dando destaque às questões salariais dos professores e ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Chico Lopes defende a destinação de 10% do Orçamento da União para a educação. Já o companheiro João Ananias, que é médico sanitarista há 29 anos, defendeu a saúde pública como uma das áreas que devem ser prioritárias desse novo governo.

"Esses dias recebi um e-mail de um professor de matemática deste país, que com 10 anos de trabalho, recebe 600 reais por mês. Ora, como podemos pensar em educação se não pensarmos em financiamento e valorização do magistério? " ressaltou Lopes.

O deputado disse ainda que é professor há 50 anos, tem mestrado, e recebia R$2.500,00 para lecionar no estado do Ceará. "Esse não é salário que vá atrair alguém para uma profissão", lamentou.

O comunista destacou ainda que levando financiamento público e valorização àqueles que são responsáveis pelo conhecimento dos brasileiros, teremos um país mais justo e desenvolvido.

Falta de recursos

João Ananias defendeu o Sistema Único de Saúde, que ajudou a criar, dizendo que "alguns tentam afirmar que o problema do SUS é de gestão, o que me deixa profundamente desconfiado. Somam-se aí outros interesses, não os interesses reais do SUS", disse, acrescentando que “atribuir os problemas do SUS a sua má gestão é uma injustiça".

Para ele, a solução para os graves problemas existentes na saúde pública é a destinação de mais recursos para o setor. E chamou atenção de seus colegas congressistas para os recursos destinados à saúde em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). "O Brasil utiliza 3,6%, sendo que a OMS preconiza que se gaste 6,5% do PIB", disse.

"Se tivéssemos mantido a CPMF e regulamentado a Emenda 29, estaríamos gastando 7% do PIB, mais, inclusive, do que preconiza a Organização Mundial de Saúde", completa.

Lembrou ainda aos deputados que o Conselho Nacional de Secretários de Estado da Saúde (CONASS) reconheceu e publicou que o Ministério da Saúde iniciou 2010 com um déficit de cerca de R$8 bilhões que em 2011 já há um déficit de mais de R$6 bilhões. "Por isso as UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) não são implantadas na velocidade necessária e há essa reclamação constante da população contra o SAMU e outros serviços tão necessários", completou o deputado.

O deputado destacou que a cada dia a União gasta menos com a saúde. A União já financiou 85% do setor, hoje, sua participação está em torno de 55%. Ou seja, a carga está ficando nas costas dos estados e municípios. E os municípios mais pobres já não aguentam mais. "Vinte e um Secretários Municipais de Saúde do meu Estado deixaram o cargo por não aguentarem as pressões, os processos. É preciso que nós, na Câmara Federal, resolvamos de vez a regulamentação da Emenda 29" concluiu o deputado.

De Brasília
Régia Vitória