Lula Morais defende fixação de novo salário mínimo em R$ 580,00

O deputado Lula Morais (PCdoB) afirmou, na sessão plenária desta terça-feira (15/02), que o Governo Federal tem condições de fixar o novo salário mínimo em R$ 580. Segundo ele, esta é a posição oficial do PCdoB, em consonância com a reivindicação das seis centrais sindicais brasileiras integrantes da mesa de negociação.

Deputado Lula Morais

Mesmo defendendo os R$ 580,00, Lula Morais ponderou que as centrais e o PCdoB não estão irredutíveis e admitem negociações para se chegar a um valor intermediário. De acordo com ele, a saída seria fechar questão nos R$ 560,00. “Quando o Lula (Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente) assumiu, em 2003, o mínimo correspondia a cerca de 60 dólares. Hoje, atinge mais de 300 dólares. A distribuição de renda se dá através do mínimo”, citou.

Lula ressaltou que há um impasse em torno do valor. Alguns setores pedem R$ 560,00 enquanto a presidente Dilma Rousseff defende os R$ 545. Para o comunista, o elastecimento dos atuais R$ 540,00 deve acontecer para o mínimo ter um maior poder de compra e, consequentemente, a economia interna ser fortalecida.

Ele disse existir “uma política conservadora” no Banco Central que favorece quem aplica recursos no sistema financeiro e vive de rendimentos. Conforme Morais, isto obriga o País a pagar altas cifras de dívida. “São pessoas que não aplicam no País e direcionam gastos para produtos importados e poupança”, criticou.

Pela análise do parlamentar, a concessão de melhorias no salário, programas como o Bolsa Família e aplicações em setores como saúde e educação repercutem de forma positiva no Produto Interno Bruto (PIB) – maior até do que o pagamento de juros da dívida e exportação de commodities. “Aumentar o poder de compra gera um círculo virtuoso. O povo consome mais, traz mais renda e gera mais emprego”, resumiu.

CAGECE

O deputado comentou ainda a polêmica em torno do rompimento do contrato entre a Prefeitura de Fortaleza e a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Há duas semanas, o Executivo Municipal e a Estatal atribuem um ao outro a responsabilidade das crateras da Capital. Ao ponto de a prefeita Luizianne Lins cogitar a quebra contratual.

Segundo Lula, isto representaria prejuízos para os demais 148 municípios que dependem da Cagece para ações de distribuição de água e saneamento básico. “Se for rompido (o contrato), vamos inviabilizar a vida desse povo, porque acabará a tarifa unificada. Não podemos olhar somente para o umbigo de Fortaleza, que representa 70% do faturamento da empresa”, argumentou.

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Fonte: Coordenação de Comunicação da ALCE