Ivina Carla – Avante, jornalistas!

É com muita satisfação que dedico esse texto a todos os profissionais que se empenham em repassar para a sociedade um bem público e inerente à condição humana: a informação. Os jornalistas brasileiros, assim como os outros segmentos sociais, também se voltaram contra momentos tenebrosos no Brasil, sendo vítimas de tortura, perseguição, por defender a democracia e liberdade.

Essa marca infelizmente não é abraçada por todos como parte da trajetória dos jornalistas. Muito preferem esconder essa trajetória, mascarando que a atividade é cheia de glamour e vislumbre, escondendo o lado assustador que passam os jornalistas, como a falta de segurança, a perseguição e a desvalorização trabalhista.

Historicamente, a profissão de jornalista é árdua e complexa. Isso parece óbvio, mas muitos nem sempre param para pensar na carga emocional, na pressão social e nas relações de trabalho que passa a categoria. Essas dificuldades se agravam ainda mais dentro da sociedade em que vivemos, quando tudo é aproveitado pelo capital e transformado em consumo, inclusive a notícia. Mesmo com essa realidade, os jornalistas brasileiros se organizam e protagonizam lutas que são importantes para crescimento social e que deveriam ser conhecidas por todos, exemplo disso é o engajamento na Conferência Nacional de Comunicação, evento singular que descortinou uma discussão que na prática servia a poucos e envolveu as pessoas na luta por uma outra comunicação para o Brasil.

Como militante comunista, compreendo as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras que buscam vencer as ondas neoliberais que tentam desestabilizar as lutas, pregando o individualismo e o desrespeito para manter a hegemonia do capital. Em contraposição a essa ofensiva, as bandeiras dos jornalistas dizem respeito aos diversos segmentos sociais, como a criação do Conselho Federal de Jornalismo e a Regulamentação do Exercício da Profissão, que tem como relator o Senador Inácio Arruda (PCdoB). Portanto, reconheço que essa valorização deve ser abraçada por todos os setores sociais, ganhando adesão de estudantes, movimentos sociais, parlamentares, porque é preciso amparar e garantir toda a segurança para que os jornalistas desenvolvam suas tarefas e possam oferecer a informação como um direito e não como um produto de consumo.

Nesse 7 de abril, Dia do Jornalista, devemos fazer uma avaliação consistente da luta, no que avançamos e como podemos melhorar. Uma das batalhas na contemporaneidade é a organização de classe dos jornalistas. É preciso traçar uma tática para que os estudantes compreendam a importância de sindicalização e também entendam que a melhor forma de lutar pelos direitos é ingressando nas organizações sindicais. Não podemos permitir que o grande capital, representado pelo setor empresarial desvirtue e prejudique a livre organização dos trabalhadores. Por isso, dentro da perspectiva que este dia é para reflexão, então vamos tentar solucionar os desafios, que não são novos. E popularizar a ideia de que fazer comunicação é contribuir para a transformação da sociedade e para isso precisamos de profissionais firmes e fortes.

Ivina Carla é estudante de Jornalismo da Faculdades Cearenses e integra a Comissão Estadual de Comunicação do PCdoB/CE

Fonte: Blog Socializando Ideias

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