Professores da rede privada decidem se deflagram greve

Após mais de 70 dias de negociações, os professores da rede privada de ensino deverão decidir nesta quarta  (08), durante assembleia da categoria, a deflagração definitiva da greve em todo o Estado. No final da tarde de segunda (06), os representantes do Sindicato dos Professores de Pernambuco – Sinpro/PE reuniram-se com os membros do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Pernambuco (Sinepe), quando ficou acertada para hoje uma posição documental por parte do sindicato patronal.


Nas últimas seis rodadas de negociação nenhum avanço foi registrado por parte dos professores. A proposta inicial do Sinepe, recusada pelo Sinpro-PE, foi de reajuste de 6,31% para quem ganha acima do piso, e de 9% para quem recebe o piso, além de redução de 6% para 5% no vale transporte para a categoria. A nova proposta deverá ser regulamentada hoje e levada para a assembleia dos professores marcada de quarta-feira (08).

Nas últimas assembleias, ocorridas no final de maio, os professores aprovaram o estado de greve seguido da decretação da greve, que antecedem a deflagração da paralisação. Entre as principais reivindicações da pauta da categoria está o piso salarial de R$ 10 por hora/aula. O valor pago hoje é estabelecido entre R$ 4,43 e R$ 5,82.

“Não queremos reajuste zero. Queremos a valorização do profissio­nal, melhores condições de trabalho e o incentivo à formação continuada, para que os professores tenham uma especialização sem ter que deixar a sala de aula”, disse o diretor do Sinpro-PE, Jackson Bezerra (foto).

De acordo com o diretor, professores da rede privada chegaram a ser ameaçados durante as negociações. “Com a nossa campanha, alguns professores começaram a ser perseguidos porque estão participando da campanha. Também está havendo demissões”, afirmou Bezerra. O último reajuste foi de 3%, quando a hora aula subiu de R$ 5,39 para R$ 5,82.

“Os professores precisam ser valorizados. O setor público teve valorização e a rede privada não avança nas negociações. Uma amostra de 45% da categoria tem problemas nas cordas vocais. Vamos fazer uma pesquisa sobre as condições de saúde dos professores”, destacou o dirigente do Sinpro/PE.

A rede privada de ensino é composta por 45 mil professores distribuídos em 900 escolas particulares em todo o Estado. Caso seja deflagrada a greve 600 mil alunos poderão ficar sem aulas.

Fonte: Folha de Pernambuco.