Eliana Gomes: A sociedade não permitirá que a CPI acabe em pizza

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual da Criança e do Adolescente instalada na Câmara Municipal de Fortaleza é uma necessidade para a capital cearense, que está se preparando para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e, mais do que tudo, deve se preocupar com a vida saudável de seus meninos e meninas.

Por Eliana Gomes*

Vamos fazer um mapeamento, um diagnóstico da situação atual. Colocar nossos pesquisadores na orla marítima, que aparentemente é a região onde se concentram as abordagens.

Vamos realizar debates com a Defensoria Pública, com o Fórum de Enfrentamento da Violência contra Criança e Adolescente, com a Procuradoria de Justiça, com a própria Polícia Federal, com os órgãos públicos e as entidades envolvidas com a causa, pois o envolvimento do Estado e da sociedade é importante para os trabalhos de investigação da Comissão.

Há 10 anos foi realizada uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que teve a frente a então vereadora Luizianne Lins, hoje prefeita de Fortaleza, que deixou acervo para as investigações que faremos.
Sem falar das investigações conduzidas na última década por outros órgãos e no legislativo federal que abrangeram Fortaleza. A CPI pode motivar a cidade a ter mais responsabilidade com nossas crianças e adolescentes, porque jogará luz sobre uma forma de exploração que também pode fazer vítimas dentro de casa. A partir do momento em que as denúncias forem feitas é necessário um aparato legal.

Com essa medida legislativa, também queremos ajudar a mostrar um outro tipo de turismo aos que nos visitam, que mostre a beleza das praias, nossa história, nossas feirinhas, o bom artesanato e as comidas típicas.

A CPI não pode e não vai terminar em pizza. Tenho certeza de que através da Mesa Diretora da Câmara, com o respaldo dos 41 vereadores, seremos capazes de contribuir para o combate mais efetivo à exploração e à violência sexual contra nossos meninos e meninas.

* Eliana Gomes (PCdoB-CE) é vereadora de Fortaleza

Artigo publicado no Jornal O Povo 01 de julho de 2011