FITMetal realiza seminário sobre a nova política industrial 

"Existe um discurso de que as crises na Europa e nos Estados Unidos têm um reflexo imediato no setor industrial brasileiro. Queremos debater essa questão, porque as crises externas já estão colocadas como oportunidade para os BRICs", defende Marcelino. 

Com o lançamento do Plano Brasil Maior do governo federal, o movimento sindical considera fundamental que o trabalhador esteja inserido nesse processo, participando ativamente das discussões. A partir desta leitura, a FITMetal Brasil inicia o debate com os trabalhadores e dirigentes sindicais de forma a qualificá-los para novas situações e novos contextos do mundo do trabalho.

Marcelino Rocha reclama que os trabalhadores foram "apenas comunicados" do plano e afirma que só agora há um processo de inclusão das entidades sindicais no debate. "Os trabalhadores não podem ser apenas um apêndice nesse conjunto de propostas, nós temos um papel determinante do ponto de vista das nossas reivindicações, do pensamento da indústria nacional, queremos propor a limitação das importanções desregulamentadas. Temos opinião e queremos assumir a nossa responsabilidade nesse debate", afirma o presidente da FITMetal Brasil.

Valorizar a produção

Entre os convidados para debater o tema está o deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS), ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul. Para Assis, é preciso “uma política industrial que ajude a valorizar a produção, principalmente agregando tecnologia aos nossos produtos. Só assim vamos continuar a gerar empregos com salário maior e aumentando a qualidade de vida do trabalhador brasileiro”, afirma Assis, que também é coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Desenvolvimento Econômico e Valorização do Trabalho.

Marcelino Rocha lembra que o setor uindustrial brasileiro já teve, no auge do governo Juscelino Kubitschek, quase 28% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. "Hoje essa participação está na casa dos 15,2%, segundo o Dieese. Quais espaços podem ser ocupados para elevar este patamar? É isso que queremos debater", explica.

Outro ponto de discussão serão as medidas anticrise. "Alguns setores da indústria vêm tendo benefícios fiscais sob o pretexto de qualquer ameaça de crise, em detrimento de outros. Como o país conviverá com isso? Só as montadoras que, a qualquer ameaça de crise, terão isenção de impostos? Sem nenhuma contrapartida? Será que o setor de construção civil e outros setores relacionados à infraestrutura do país não precisam ser enxergados também, até com visão estratégica?", questiona o presidente da FITMetal.

Confira a programação do Seminário "A Valorização do Trabalho na Nova Política Industrial Brasileira":

Programação

8 às 8h30 – Credenciamento
8h40 – Abertura do Seminário
9h – Palestra: Desenvolvimento ou desenvolvimentismo? Desafios para o Brasil de uma nova era. A Nova Política Industrial para o Brasil, Processo de Desindustrialização e Desenvolvimento Industrial Regional. Palestrante: Ipea
10h – Debatedor a confirmar
10h25 – Coffee Break
10h40 – Debate
11h40 – Considerações Finais
12h20 – Almoço
14h – Palestra do Dieese – Processo de desindustrialização no Brasil e os reflexos no mundo do trabalho
14h30 – Palestra do DIAP – Política Industrial – Impactos dos Projetos que tramitam no Congresso Nacional para o desenvolvimento nacional e dos trabalhadores Debatedor: Assis Melo – deputado federal (PCdoB/RS)
15h – Debate
15h30 – Considerações Finais
15h45 – Coffee Break
16h – Política Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho e da Indústria Nacional Debatedores: Wagner Gomes (CTB), Antonio Neto (CGTB) e Representação empresarial, governamental e parlamentares
17h15 – Debate
17h45 – Considerações Finais
18h – Encerramento

Data: 12 de setembro de 20111
Local: Auditório Freitas Nobre da Câmara Federal

Da Redação, Luana Bonone