Prefeito de Campinas considera afastamento precipitado

Em entrevista ao Vermelho-SP, Demétrio afirmou que respeita a decisão da Câmara, mas a considera precipitada e prematura, pois pode levar a cidade a novo período de paralisia. O prefeito foi afastado por 90 dias, prazo que a Comissão Processante (CP) instalada na Câmara tem para investigar e julgar a denúncia de seu envolvimento em contratos irregulares na Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.).

Demétrio publicou nas redes sociais que vai recorrer novamente da decisão da Câmara. Em agosto ele foi afastado pela primeira vez, recorreu e obteve liminar. No início da semana, o juiz da 1ª Vara, Mauro Fukumoto, proferiu a sentença determinando que as investigações fossem restritas à questão da Sanasa, mas liberando a Câmara para instalação da CP. Imediatamente, o vereador Valdir Terrazan (PSDB) protocolou novo pedido de afastamento temporário que foi votado e aprovado ontem (confira em: www.vermelho.org.br/sp/noticia.php?id_noticia=166718&id_secao=39).

Há informações que a defesa do prefeito vai atuar em três linhas: a contestação do afastamento temporário, pois Demétrio não era prefeito (era vice), e o Decreto-lei 201/67 permite o julgamento apenas do prefeito; a não permissão para que o vereador Luis Yabiku (PDT) votasse – o vereador, que havia assumido a Secretaria de Urbanismo, pediu exoneração para poder votar, mas teve seu pedido rejeitado pelo presidente da Câmara com o argumento de que a exoneração não fora publicada no Diário Oficial do Município; por fim, o próprio voto do presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), que votou pela cassação e, teoricamente, se beneficiaria do resultado, pois é o próximo na linha de sucessão.

Em entrevista à jornalista Rosana Lee, da rádio CBN/Campinas, Pedro afirmou que vai aguardar a decisão da Justiça sobre o recurso de Demétrio, para só depois, se for o caso, assumir.

De Campinas,
Agildo Nogueira Junior