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João Ananias critica venda e uso de lixo dos EUA no Brasil

A denúncia de venda de lixo hospitalar dos Estados Unidos e sua reutilização no Brasil foi tema de discurso do deputado João Ananias (PCdoB-CE). Ele destacou que “além de se constituir num crime, que atenta contra a saúde pública, é um flagrante desrespeito ao nosso país, como destino do lixo, seja ele qual for, do Império americano”.

Para o parlamentar, que é médico e foi secretário de Saúde do Ceará, “nosso país não vive mais o período da ditadura, que era subordinada ao mando e aos interesses americanos”. Para ele, a situação é resultado do consumo exagerado dos norte-americanos, que exportam para outras nações inclusive lixo nuclear. “Existia inclusive até poucos anos atrás a famosa “barcaça do lixo”, que percorria os países mais subalternos da América Central, distribuindo lixo”, afirmou.

Ele anunciou o envio de oficio ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando que “seja acionada imediatamente a Policia Federal para apurar esses fatos deletérios que estão acontecendo e responsabilizar a ou as empresas envolvidas nesse comércio e os agentes públicos que porventura tenham sido coniventes com esses processos de importações ilegais”.

O parlamentar destacou a matéria divulgada em jornal local do Ceará, enfatizando a necessidade da opinião pública receber esclarecimento imediato sobre o assunto e a devida punição dos infratores. “A pergunta que temos que fazer: quem está importando esse tipo de material, burlando a lei? Se o lixo hospitalar não pode sequer ser misturado com outro, como que o lixo americano, inclusive com marcas de sangue, vem para o Brasil e ainda é vendido impunemente em comércio atacadista?”, indaga Ananias.

Também em Pernambuco

Segundo matéria publicada no jornal O Povo, esta semana, a Vigilância Sanitária no Ceará apura denúncia de que um comércio atacadista em Fortaleza estaria vendendo tecido proveniente de lixo hospitalar importado dos Estados Unidos. Pelo menos duas pessoas procuraram o órgão para denunciar a suposta irregularidade.

O tecido deixado para análise na Vigilância Sanitária está com manchas e esparadrapo. O retalho também contém a inscrição do Department of Veterans Affairs (Departamento de Veteranos da Guerra, uma instituição de saúde norte-americana). No tecido, há uma advertência de venda proibida.

A inscrição é a mesma encontrada em parte do lixo hospitalar apreendido em Pernambuco pela Receita Federal, nos últimos dias. Algumas lojas que vendiam o material chegaram a ser interditadas pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).

De Brasília
Márcia Xavier