CARTA ABERTA AOS DIRIGENTES E MILITANTES DO PCdoB-MT

Desde o último Congresso Nacional o PCdoB vem orientando as direções partidárias no sentido de adotarem uma política de alternância e renovação. Essa nova política é decorrente da nova situação vivida por nosso Partido, o qual tem buscado angariar o maior número de filiados para se tornar um “partido de massas”, entretanto, sem abandonar seus princípios e seu objetivo estratégico da luta pelo socialismo. Assim, na atual quadra, não é conveniente que os cargos de direção, em especial a presidência, seja ocupada “eternamente” por um mesmo quadro partidário. Além de sinalizar para a sociedade que o PCdoB é um partido aberto, “sem dono”, tal política ainda pode oxigenar as direções a partir de novas idéias e métodos de direção. Claro, tudo isso feito de forma planejada, sem o artificialismo do “mudar por mudar!”

Nessa nova política, um elemento fundamental é o aproveitamento, quando possível, dos antigos quadros em novas tarefas de direção, evitando alterações bruscas e aproveitando a experiência dos antigos quadros.

No meu caso, tive a honra de assumir a presidência em 1994 e, nesse período de 17 anos, estive nesse posto por 13 anos, pois os camaradas Brás Rubson e Zózimo Chaparral também presidiram o Partido, no curso desse período.

Ressalto que já na minha segunda recondução à presidência, havia manifestado aos camaradas meu desejo de não mais querer ser reconduzido futuramente e alertava para necessidade de outr@s camaradas se prepararem para assumir essa importante tarefa. Entretanto, as circunstâncias partidárias levaram a minha permanência na condição de presidente e, diga-se de passagem, sempre contando com amplo respaldo d@s camaradas.

Enquanto presidente, sempre procurei dar meu melhor para o Partido, nunca medindo esforços em bem desempenhar minha função e também contribuir com o trabalhos dos demais camaradas. Sempre procurei mediar conflitos e divergências, naturais em um partido político em expansão. No que as condições permitiram, procurei dialogar e contribuir com os dirigentes municipais. Externamente, sempre mantive diálogo respeitoso com todas as forças políticas, sem jamais deixar de ser firme na defesa das posições partidárias.

Em todo esse período, avalio que o nosso Partido vem acumulando força, mesmo que ainda aquém das necessidades. Nossa última conferência foi de certa forma um exemplo disso, tanto pelo número de participantes como pelo clima de entusiasmo e combatividade que predominou nas intervenções e debates, mesmo num momento em que o PCdoB está sob fogo cruzado da mídia hegemônica que tenta desmoralizá-lo e destruí-lo politicamente.

Sei que talvez pudesse ter contribuído mais e melhor com a construção partidária. Entretanto, se isso não ocorreu plenamente foi por deficiências de minha parte, jamais por falta de esforço ou descompromisso com o Partido.

Reafirmo minha convicção de que as alterações no comando partidário foram necessárias e justas, tendo amplas condições de contribuir para elevar o PCdoB-MT a um novo patamar político e orgânico.

Por fim, agradece aos inúmeros camaradas que dividiram comigo a responsabilidade de dirigir o Partido por todos esses anos. Aos militantes que sempre me trataram com muito respeito e carinho, também deixo meus sinceros agradecimentos. Meus agradecimentos aos delegad@s presentes na 16ª Conferência Estadual que me reconduziram ao um novo mandato no comitê estadual e aos camaradas deste novo comitê que me confiaram a tarefa de dirigir a secretaria de organização, uma das mais importantes para a construção partidária.

Em defesa do Brasil, do PCdoB e do socialismo!

Um caloroso abraço a tod@s!

Cuiabá, MT, 31 de outubro de 2011.
 

MIRANDA MUNIZ
Ex-presidente e atual secretário de organização do PCdoB-MT