Vanessa cobra mais participação das mulheres na política

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) defendeu em Plenário, nesta quinta-feira (8), uma maior participação das mulheres na política brasileira. Esse foi o tema foi escolhido pela senadora para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

Vanessa Grazziotin lembrou que 8 de março foi escolhido para ser o Dia Internacional da Mulher porque, nessa data, 129 mulheres trabalhadoras morreram queimadas, depois que seu patrão ateou fogo à fábrica para por fim à mobilização delas por melhores condições de trabalho. A luta por direitos plenos, destacou a senadora, remonta a 130 anos e ainda não foi vencida. Somente com a Constituição de 1988, o país explicitou em suas leis que homens e mulheres têm direitos e obrigações iguais.

– Inúmeros foram os empecilhos para a participação da mulher no processo político-eleitoral. É por isso que ao completar, este ano, 80 anos do voto feminino, as comemorações dos desafios vencidos têm que ser intensas, especialmente neste mês de março, dedicado à mulher. E essas garantias institucionais se deram também graças, e principalmente eu diria, à luta de muitas mulheres que combateram para efetivar os direitos femininos – afirmou.

A senadora citou várias mulheres que fizeram diferença neste processo de conquistas políticas e sociais. Uma das pioneiras foi Isabel de Mattos Dillon, que ainda nos tempos do império conseguiu se alistar como eleitora graças a uma decisão judicial. Depois dela, Myrthes de Campos foi a primeira mulher admitida em um Tribunal de Justiça brasileiro para defender um cliente, em 1899. Já em 1917, Maria José de Castro Rebelo Mendes teve a inscrição deferida para o Ministério das Relações Exteriores, concedida pela primeira vez a uma mulher, e Bertha Lutz conquistou o primeiro lugar no concurso para o Museu Nacional.

No mesmo período, as mulheres começaram a se organizar politicamente, relatou a senadora. Em 1910, Leolinda de Figueiredo Daltro fundou o Partido Feminino Republicano e, em 1920, Maria Lacerda de Moura e Bertha Lutz criaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher. Sete anos depois, Alzira Soriano de Souza foi eleita prefeita do município de Lages, no Rio Grande do Norte, e 15 mulheres também puderam se alistar eleitoralmente no estado.

Após a mudança no Código Eleitoral, em 1932, Carlota de Queirós, médica formada em 1926 pela Faculdade de Medicina de São Paulo, foi a primeira mulher eleita deputada federal. Em seu primeiro discurso, lembrou Vanessa Grazziotin, a deputada declarou que, apenas com sua presença no Congresso, deixaria escrito um capítulo novo para a história do Brasil.

– A conquista do voto foi importante, mas não encerrou o processo de conquista dos direitos de cidadania da mulher. O século 20, na verdade, é repleto de idas e vindas, lutas e conquistas, combates e vitórias. Continuarmos ainda nessa luta nos dias atuais. Somos um número muito maior de senadoras, deputadas, governadoras, prefeitas, entretanto, muito aquém ainda do que precisamos ser, porque para que possamos viver numa sociedade de iguais, verdadeiramente democrática, a mulher tem ocupar o seu espaço. Se somos 52% do eleitorado, não podemos apenas ocupar 10% das cadeiras do parlamento do Brasil inteiro – cobrou a senadora.

Da Redação
Agência Senado