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Luciana Santos avalia votações e negociações políticas na Câmara 

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Luciana Santos (PE), falou, nesta terça-feira (20), início das atividades legislativas, sobre as negociações políticas e as votações da Casa nesta semana. Ela manifestou o desejo de que a Casa vote a Lei Geral da Copa; comentou as discussões sobre a reforma política, cujo relatório deve ser apresentado esta semana na comissão especial e respondeu as indagações sobre o possível ingresso do PSD no bloco partidário composto por PCdoB, PSB e PTB, na Câmara. 

Em todas as avaliações, a líder comunista fez questão de destacar que os debates devem ser baseados em conteúdos programáticos. Tanto nas negociações sobre o ingresso do PSD no bloco, quanto nos debates de reforma política.

Ela explicou que o bloco partidário entre PSB, PCdoB e PTB foi formado por “proposições unitárias, unidade de pensamento, ação e reciprocidade, que queremos que se estenda nas disputas eleitores deste ano”. E disse ainda que a conversa que ela e o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, terão com o presidente do PSB, Eduardo Campos, segue nessa direção.

“Vamos discutir conteúdo programático e as alianças nas eleições”, explicou a deputada, acrescentando que vão tratar inicialmente sobre a atuação do bloco atual para ver a possibilidade de entrada do PSD. E avisou que “não temos preconceitos. O PCdoB participa do governo do PSD na cidade de São Paulo”.

Se o PSD entrar na composição, o bloco partidário terá a maior bancada da Câmara, com 110 deputados. Hoje, a maior bancada é do PT, com 86 parlamentares.

A líder comunista explicou que a união dos partidos não é só na composição da Câmara dos Deputados. E anunciou a disposição de fazer um pacto para que o bloco consiga atuar de forma conjunta nas eleições municipais deste ano, sempre destacando que a unidade deve acontecer baseado em ideias e pensamentos.

Discussão difícil

Luciana Santos também falou sobre a reforma política. Para ela, é difícil encontrar sistema eleitoral que amplie a democracia e eleve a consciência política da população, que deve ser o objetivo norteador das discussões.

Ela disse que, para alcançar esses objetivos, o debate deve ser em torno da lista fechada e a exclusividade no financiamento público de campanha. Segundo ela, essas medidas vão permitir compromisso dos eleitos com a população e o conteúdo programático do Partido e garantir maior fiscalização por parte da sociedade, que saberá se os compromissos dos eleitos estão sendo seguidos na sua ação e atuação.

“Porque o Brasil não suporta mais as denúncias de irregularidades nessa área (de financiamento de campanha), o que influencia no comportamento do parlamentar, que fica sujeito aos financiadores”, avalia Luciana Santos.

“Precisamos fortalecer as instituições para que a disputa eleitoral se dê no campo programático e debate de ideias, o que exige outra lógica e outro sistema”, concluiu.

Polêmica continua

Sobre a votação da Lei Geral da Copa, a líder do PCdoB acredita que a matéria será votada esta semana, mas que ainda haverá disputa sobre mudanças no Plenário. “Vai ter destaque para a liberação da venda de bebida alcoólica”, anuncia. Para ela, essa polêmica vai se estender para os estados, porque os estados tem certa autonomia para negociar as condições de realização da Copa do Mundo.

Existe a legislação estadual, diz, alertando para uma possível polêmica jurídica. Para ela, “temos que caminhar no sentido de reduzir danos dessa situação para que a Copa seja um momento de arte do futebol, mas também de muita paz”. E destacou ainda que o Congresso Nacional, em função do ano encurtado pelas eleições municipais, tem até junho desse ano para tomar decisões definitivas.

De Brasília
Márcia Xavier