Crimes da PM geram crise na segurança de São Paulo

Depois das fortes críticas – dos movimentos sociais, ativistas de direitos humanos e autoridades em segurança –, às ações da polícia em SP, o coronel Álvaro Batista Camilo foi afastado, em 2 de abril, do comando da Polícia Militar do estado, cargo que ocupava desde 2009. O novo comandante da PM é o coronel Roberval Ferreira França. A medida é uma tentativa de amenizar a crise na segurança do estado devido aos crimes, que seguem impunes, praticados pela PM. 

O desligamento de Camilo ocorre cerca de dois meses após o coronel ter recebido uma série de críticas pela conduta da Polícia Militar durante a desocupação da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo. Em 22 de janeiro, 2 mil policiais, 220 viaturas, cem cavalos, 40 cães e 300 agentes da prefeitura participaram da operação para retirar as 1.600 famílias que moravam no local.

A ação foi criticada pelo uso excessivo de violência com o registro, inclusive, do estupro de uma jovem. Segundo testemunho da suposta vítima ao Ministério Público, diversos policiais militares invadiram a residência de sua família no dia 22 de janeiro. Um dos policiais a arrastou pelo pescoço, agredindo-a fisicamente, e teria obrigado a jovem a praticar sexo oral nele. A suposta vítima diz que os abusos, praticados por outros policiais, durou quatro horas.

O depoimento da jovem foi acompanhado pelo senador Eduardo Suplicy. Questionado após a denúncia, Camilo chegou a dizer que não acreditava no estupro, mas que o caso seria investigado.

Além do Pinheirinho, ações na Cracolândia e na USP seguem sendo alvo de denúncias de moradores e estudantes que afirmam haver abuso da polícia nestes locais.

Da Redação, com a agências