PCdoB/CE debate desafios para a emancipação da mulher

O Auditório do PCdoB de Fortaleza acolheu nesta manhã de sábado (12), mulheres e homens, que se reuniram para debater a emancipação feminina na etapa estadual da II Conferência Nacional sobre a Emancipação da Mulher. O evento contou com a participação de parlamentares do PCdoB, lideranças dos movimentos sociais do interior e capital, estudantes e sindicalistas militantes do PCdoB.

Em torno de 200 pessoas participaram do encontro que foi precedido por plenárias municipais e de bases do Partido no decorrer de dois meses. Os delegados e convidados propuseram alterações na tese nacional e também elegeram a delegação que representará o Ceará, na etapa última etapa da II Conferência Nacional sobre a Emancipação da Mulher, marcada para os dias 18 a 20 de maio em Brasília- DF.

Esforço coletivo

A Secretária Nacional de Mulheres do PCdoB, Liége Rocha saudou a plenária e iniciou a apresentação da tese, afirmando que a “Conferência do PCdoB sobre a Emancipação da Mulher é uma conferência do Partido, não é das mulheres, é para o coletivo partidário participar e debater, é um evento estatutário, aprovado no 12º Congresso.”

Destacando pontos da tese nacional, Liége enfatizou que a luta pela emancipação das mulheres não é uma questão individual. A comunista fez referência a teóricos como Marx, Engels e Lênin, como sistematizadores do tema que se refere à luta pela libertação das mulheres. Liége frisou que nos marcos do capitalismo, as garantias estão limitadas aos direitos, exemplificou as conquistas do voto feminino e a constituição de 88, onde se tornou legal a igualdade entre homens e mulheres, “infelizmente nós sabemos por outro lado, que nem tudo que tem na lei acontece de verdade, então a luta pelos direitos, mesmo nos marcos do capitalismo é importante, mas isso não é bastante, porque conquistamos várias coisas, mas as desigualdades permanecem,” lamentou.

De acordo com a dirigente, é fundamental a transformação das estruturas sociais e econômicas para que o processo de emancipação aconteça de fato, “hoje nós estamos no mercado de trabalho, mas continuamos com as responsabilidades da casa e de cuidados com os filhos, somos vistas como as protetoras do lar, ” criticou.

A comunista também chamou atenção sobre os reforços das práticas machistas que acabam sendo reproduzidas pelas mulheres, “não é fácil o entendimento e a incorporação da luta pela emancipação, porque mexe com os comportamentos, isso exige mudança de visão de mundo e superação de preconceitos que nós também temos,” enfatizou.

Desafios para a emancipação

Liége abordou desafios que no seu entendimento são elementos cruciais para o reforço da luta pela emancipação, como o amadurecimento teórico e político sobre o tema. No âmbito das políticas públicas, a comunista reiterou a importância da democratização do estado, ampliando os espaços de participação, e promovendo a laicidade, “as políticas não podem ser gerenciadas e pressionadas por determinadas religiões, porque isso dificulta a realização de debates como, por exemplo, o aborto,”

A comunista enfatizou o reforço do Programa de atenção e saúde integral da mulher e o combate à violência, como pontos essenciais para garantir uma vida digna para a população feminina, “a violência contra as mulheres é uma relação de poder e dominação, não podemos aceitar e naturalizar a violência,” defendeu.

Para a Secretária Nacional das Mulheres do PCdoB, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, traz novas perspectivas e também fomenta novas dinâmicas de vida para a população feminina, “ um exemplo disso é que as mulheres diminuíram o número de filhos, a queda na taxa de fecundidade e o nível de escolaridade crescente impulsionou as mulheres no mercado de trabalho e esses fatores estão ligados diretamente a luta pela emancipação da mulher,” frisou.

O PCdoB e a luta das mulheres

Liége avaliou que a discussão em torno do tema está em processo de ascensão no PCdoB e que os níveis de participação e intervenção estão cada vez mais ganhando visibilidade dentro do Partido. Outra questão apontada pela comunista foi a ligação da luta pela emancipação da mulher ao Projeto Nacional de Desenvolvimento defendido pelo PCdoB, “ o PND implica em questões centrais para nós, como autonomia, equidade do trabalho e inclusão no desenvolvimento, sendo necessária a inclusão das mulheres, e é por isso que nos interessa participar dos espaços de poder, assim como ter autonomia social e econômica,” reforçou.

A comunista também frisou que desde a última Conferência realizada em 2007, o PCdoB avançou no tema ao implementar a cota de 30% nas direções municipais e nos processos dos fóruns partidários, como conferências e convenções, a criação da Secretária Nacional da Mulher e o Fórum Permanente sobre a Questão da Mulher, “nenhum outro partido organiza uma Conferência como essa,” ressaltou.

A dirigente informou que está sendo elaborado um curso básico sobre a questão da emancipação da mulher e parabenizou o empenho da imprensa partidária na divulgação de eventos e materiais sobre o tema. Liége também considerou a necessidade de maior apropriação do debate entre as instâncias do PCdoB e também a importância da transversalidade do assunto, envolvendo as demais Secretarias do Partido.

Para Liége também é fundamental formular políticas para os Quadros partidários, levando em conta as condições objetivas de participação das mulheres, “não podemos organizar eventos sem levar em consideração a realidade das mulheres, não podemos promover quadros sem pensar na realidade feminina, então esse é um elemento fundamental, e por essas razões o esforço para promover a participação e travar o debate sobre a emancipação das mulheres é uma questão de Partido, portanto, é coletiva,” finalizou.

Depoimentos

“Nós queremos avançar para além da cidadania, nós queremos a aurora de um novo dia, porque acreditamos na sociedade que nós nos acostumamos a chamar de socialista.”

Nagyla Drumond- Secretária de Movimentos Sociais do PCdoB/Ceará

“O movimento de jovens e de mulheres é estratégico para o nosso Partido porque ele aponta para o futuro.”

Carlos Augusto Diógenes- Presidente Estadual do PCdoB

“ Precisamos fazer com que as mulheres sejam maioria nos parlamentos do Brasil inteiro.”

Luis Carlos Paes- Presidente do PCdoB de Fortaleza

“Temos também que nos engajar nos processos eleitorais para que assim possamos avançar na luta pela emancipação das mulheres.”

Inácio Arruda- senador

“ As mulheres lutam pela redução da jornada de trabalho para ocupar os espaços de poder e decisão, para participar da política.”

Eliana Gomes- vereadora de Fortaleza

“ Sem dúvida só conseguiremos atingir uma outra sociedade, se nos empenharmos na luta pela emancipação das mulheres.”

Lula Morais- deputado estadual

“As mulheres mostram todos os dias que é possível, sim, a igualdade de gênero”

João Ananias- deputado federal

Delegados (as) Eleitos (as) na Plenária Estadual

1- Nágyla Ma. Galdino Drumond – Fortaleza
2- Márcia Maria Melo Gomes – Fortaleza
3- Maria Edina Rodrigues – Cratéus
4- Roselandia Ferreira de Alcantara – Farias Brito
5- Lívia Oliveira de Meneses – Pacajus
6- Camila Silveira – Fortaleza (Representante do coletivo de juventude)
7- Ieda Ma. Nobre da Silva – Maracanaú
8- Luciano Simplicio de Farias – Fortaleza
9- Natanael Alves Mota – Fortaleza
10- José Miranda Pereira – Fortaleza

Delegados(as) Natos(as):

1- Carlos Augusto Diogenes
2- Inácio Arruda
3- Chico Lopes
4- Marta Brandão da Silva
5- Francileuda Rodrigues Soares

Suplentes

1- Neyla Moreira Meneses- (base servidores(as) Públicos(as)/ Comissão de Organização)
2- Maria Luciene Rodrigues do S. Rodrigues- (base do Asseio)
3- Maria Gorete Fernandes Nogueira- (Presidente da FBFF)
4- Ana Claúdia Rodriges- (Presidente Municipal da UJS / GLBTT)
5- Larissa Albuquerque- (coletivo de Juventude)
6 -Sâmia Alencar Pereira (Cidade de Farias Brito)
7- Ianara Matias Bezerra-
8- Ivo Braga- (Coletivo de Juventude)
9- Simião Brandão de Sousa- (Camocim)
10- Nagibe- (Itapipoca)

De Fortaleza,
Ivina Carla (estagiária do Vermelho/CE)

Matéria editada às 16h10 do dia 15/05