Bahia supera índice nacional em redução de mortalidade materna

A Bahia conseguiu alcançar índices maiores que a média nacional na redução de mortes maternas em 2011. Os números no estado caíram em cerca de 26% e a média do país foi de 21%. No período de janeiro a setembro 2010, foram ao todo 122 óbitos, enquanto no mesmo período de 2011 foram 90 óbitos.

No país inteiro, entre janeiro e setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de complicações na gravidez e no parto, o que representa queda de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por estas causas.

O secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, atribui essa queda principalmente a ampliação do acesso ao pré-natal e à Atenção Básica. Ele destaca que nos últimos cinco anos já foram abertas mais de 500 novas unidades de Saúde da Família, reforçando o atendimento à população e, em especial, às mulheres grávidas. Outra razão destacada pelo secretário foi o aumento no número de leitos e na oferta de serviços em todo o estado.

Investigação

A mortalidade materna é definida como a morte de uma mulher durante a gravidez, o parto ou o puerpério (até 42 dias após o parto), por causas obstétricas diretas, como hemorragias e abortos, ou indiretas, que é quando a mulher apresenta alguma complicação decorrente de doença que já existia antes da gravidez, como diabetes.

Segundo informações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado, a investigação das causas do óbito materno ajuda no direcionamento de políticas para o enfretamento de dificuldades que possam ser enfrentados pelas gestantes.

Nesta segunda-feira (28), Dia de Combate à Mortalidade Materna, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), em parceria com a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia (Sogiba), Comitê Estadual de Estudo da Mortalidade Materna (CEEMM) e Associação Bahiana de Medicina (ABM), reuniu profissionais de saúde que atuam na área e discutiu propostas visando a redução de três das principais causas de morte materna na Bahia – hipertensão, hemorragias e abortamento.

O médico David Nunes, presidente do CEEMM, revela que o comitê deu início à investigação e análise dos óbitos maternos, e que a idéia é fortalecer os comitês regionais, municipais e hospitalares, além de envolver a sociedade na luta pela redução da mortalidade materna.

"A questão da mortalidade materna não passa apenas pela qualificação da assistência e pelos aspectos biológicos. É necessário pensar também nas causas sociais dessas mortes maternas, como a desinformação e a violência contra a mulher", defende o médico.

Fonte: Secom Bahia.