Angola aumenta investimentos para o desenvolvimento

Diversos países, incluídos países do Sul como a Argentina e o Brasil, estão fortalecendo suas relações com Angola, país que depois de uma longa guerra (1975-2002) precisa de fortes investimentos para seu desenvolvimento.

Esses vínculos favorecem muito a construção de obras econômicas e sociais, como indústrias, moradias, asfaltamento de centenas de quilômetros de estradas e reabilitação de obras viárias, assim como a retirada de minas explosivas de áreas rurais, em benefício da agricultura.

Agora com este país determinado a reconstruir infraestruturas, José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), afirmou em entrevista concedida à Prensa Latina que, os investimentos potencializam a diversificação produtiva.

Depois de ponderar sobre o importante papel da AIA para impulsionar o processo de desenvolvimento angolano, o diretor afirmou que esse organismo, com incidência em todo o país, está integrado por mais de cinco mil empresários.

Essa estrutura, que oferece emprego a milhares de cidadãos, integra setores como indústria, construção civil, transporte, novas tecnologias, agroindústria, pecuária, pesca e outros.

Ao se referir à atividade empresarial e aos investimentos estrangeiros neste território, considerou que o organismo tem como objetivo fundamental a criação de um ambiente propício para facilitar a intervenção do empresariado.

"Trabalhamos como associação que colabora com o governo, na facilitação da atividade das entidades e na luta pela eliminação da burocracia e a diminuição dos preços de serviços que se prestam, entre outras tarefas", indicou.

Também assinalou que a fim de estimular os negócios e o comércio, a AIA tenta maior operacionalidade nos portos, transportes, vias ferroviárias e rodoviárias, e exige melhor serviço elétrico e abastecimento de água.

Apoiamos e promovemos também, enfatizou, políticas de promoção do Estado para a criação e potencialização de pequenas e médias empresas, imprescindíveis para um maior avanço econômico e social.

Para o estímulo aos produtores, recentemente o governo anunciou que este ano será reduzido a 30% o imposto industrial, fixado atualmente em 35%.

Em relação à recente promulgação pela Assembleia Nacional de uma lei para o fomento de micro e pequenas empresas, às quais o Executivo concede créditos, Severino avaliou que oferece oportunidades aos angolanos.

As novas empresas em setores como agricultura, pesca e materiais de construção, com suas produções internas, substituem importações e, portanto, reduzem as despesas com as compras no exterior, assegurou.

Sustentou que, ao mesmo tempo, este país situado no sudoeste do continente africano, com cerca de 35% de pobreza social entre seus mais de 16 milhões de habitantes, incrementa as possibilidades de emprego.

O território nacional dispõe também das condições necessárias para diversificar sua economia e alcançar a autossuficiência em bens de consumo, em cerca de 90%, mediante o estímulo fundamentalmente da agricultura.

No entanto, apesar dessas potencialidades, este país, rico em recursos naturais e segundo exportador de petróleo na África depois da Nigéria, tem que importar para seu consumo grandes volumes de produtos como batata, cebola, hortaliças e frutas, apontou.

Lembrou também que antes da independência (1975), Angola foi um grande produtor de farinha de peixe e peixe seco, produtos que estão se recuperando com a ajuda do governo, conjuntamente com a produção cafeeira.

Com uma superfície cultivável de cerca de três milhões de hectares, Angola só aproveita, segundo relatórios econômicos, ao redor de 50%, ainda que esteja tentando modificar essa situação.

A uma pergunta sobre facilidades para o investimento estrangeiro, o representante da Associação manifestou que, apesar do elevado custo operacional, os investimentos são favorecidos porque o retorno sobre investimento ao país de origem é muito rápido.

Em pouco tempo – explicou – o investimento se amortiza, já que "em Angola tudo o que se fabrica se vende", pelas amplas possibilidades do mercado, que é muito absorvente.

Outra grande vantagem para o estrangeiro, insistiu, é que através de Angola, é possível estender suas produções ou serviços à vizinha República Democrática do Congo, que dispõe de um mercado com mais de 71 milhões de habitantes.

Desde este país africano – explicou – é possível a distribuição de bens alimentícios e industriais a Kinshasa, e isso contribui para incrementar lucros.

Segundo dados empresariais, países como Portugal, Espanha, França, China, Brasil, Argentina e África do Sul, entre outros, realizam fortes investimentos em Angola.

Os investimentos crescem porque "criamos todas as condições necessárias para que o empresário sinta este espaço geográfico como um grande mercado, competitivo na região da África Austral", enfatizou.

Angola, país que no ano passado experimentou um crescimento do Produto Interno Bruto de 3,12%, projeta para o atual entre 8 e 10%, segundo dados do Ministério de Planejamento.

Em franco crescimento econômico, com lindas praias ao longo de uma linha costeira de mil 650 quilômetros, variadas paisagens e rica cultura, Angola abre suas portas ao investimento e convida o visitante a desfrutar de seu clima tropical.

Prensa Latina