Jornalista denuncia cumplicidade da ONU na campanha contra Síria

Uma denúncia sobre a cumplicidade de agências da ONU na escalada de terror promovida pela mídia imperialista contra a Síria aponta que apenas fontes de um só lado e pouco críveis são ouvidas.

Um artigo da jornalista italiana, Marinella Corrigia, cita declarações da representante especial para a questão das crianças e os conflitos armados, Radhika Coomaraswamy, do Sri Lanka, que afirma que o noticiário internacional não reflete a realidade atual da Síria.

Em entrevistas às emissoras BBC e Al Jazeera, a servidora pública internacional acusou o Exército sírio de usar crianças como "escudos humanos" — obrigando-os a subir em tanques para deter os ataques dos rebeldes, indica o texto.

Disse que sua equipe tem "terríveis depoimentos" sobre meninos torturados e massacrados na Síria, o que – segundo a jornalista italiana -, foram episódios não verificados recolhidos em um documento no final de 2011.

Ainda que a ONU voltasse a lançá-lo agora, as supostas denúncias são versões de testemunhas, se opõem aos refugiados, que disseram que crianças foram "utilizadas pelo exército sírio como escudos humanos, colocadas à frente das janelas do ônibus que transportavam os soldados para entrar no povoado de Ayn Arouz durante uma intervenção".

A mesma informação, publicada em 26 de abril, agora é apresentada atual, mas desta vez modificada e mais carregada.

Os escudos humanos já não estão no ônibus dos militares, e sim em seus tanques.

Segundo Corrigia, Coomaraswamy menciona duas fontes diferentes: a emissora BBC, a qual disse que foram crianças, que falaram de outras crianças utilizadas como escudos humanos nos tanques, enquanto Al Jazeera assegura que suas fontes foram testemunhas.

A servidora pública da ONU relata também que "muitos ex-soldados do exército sírio falaram de ataques armados em centros habitados por civis e que viram crianças, com pouca idade, mutilados e assassinadas".

A denúncia da ativista italiana, que visitou a Síria durante abril, indica que o relatório da ONU fala de crianças de 10 anos, torturadas no cárcere, segundo testemunhas, "algo horrível que jamais se viu em nenhum outro lugar", sem contar com elementos de crédito.

A representante ONU, Coomaraswamy, declarou a Al Jazeera que os Comitês de Coordenação Local afirmam que muitas crianças foram mortas depois do plano de paz de Kofi Annan, e assegura a ativista italiana que essa constitui uma fonte de informação de grande referência para os relatórios "humanitários da ONU" sobre Síria.

Em sua denúncia, Corrigia cita artigos da imprensa alemã como Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) nos quais opositores, que pediram o direito ao anonimato e testemunhas locais, responsabilizam aos grupos armados anti-Assad pelo massacre de Houla.

Fonte: Prensa Latina