Golpe no Paraguai: País retira embaixador da Venezuela

O governo nascido do golpe de 22 de junho no Paraguai já deu início a medidas diplomáticas de retaliação contra seus vizinhos. A primeira vítima é a Venezuela, que teve seu chefe da missão no país declarado "persona non grata" pelas novas autoridades paraguaias, além de ter chamado de volta ao Paraguai o embaixador em Caracas.

A administração de Federico Franco anunciou que retirou seu embaixador na Venezuela e declarou o chefe da missão de Caracas em Assunção persona non grata.

O pretexto para tal atitude foi um suposto vídeo, no qual o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, aparece entrando em uma reunião com a cúpula militar paraguaia horas antes da destituição do presidente Fernando Lugo, no dia 22.

Segundo os golpistas paraguaios, Maduro teria tentado fazer com que os militares se rebelassem contra a deposição de Lugo. Franco inclusive convocou uma reunião com a cúpula das Forças Armadas para anunciar a decisão.

A gravação, de autoria desconhecida, foi divulgada pela atual ministra da Defesa do Paraguai, María Liz García, sob ordens do presidente. Os dois reuniram-se ontem no palácio presidencial, com os chefes das três armas das forças paraguaias.

Lugo é um dos alvos

Os golpistas pretendem fazer com que o chanceler venezuelano, o embaixador equatoriano e o ex-presidente Fernando Lugo sejam julgados "por incitar a sublevação nas Forças Armadas do Paraguai".

Advogados de Lugo anunciaram também na quarta-feira que apresentariam mais um pedido à Suprema Corte para que a destituição do dia 22 seja revertida. O tribunal é inflexível, como se esperava, e não aceita mudar de opinião.

O golpe "branco" de estado foi perpetrado a partir do Parlamento do país, para lhe dar um ar de constitucionalidade. O pouco tempo dado ao presidente constitucional para se defender – 36 horas – e a alegação utilizada para abrir o processo contra Lugo foram denunciadas como ações ilegítimas, que estariam além da legislação do país.

Do Portal Vermelho, com agências