Manuela: compromisso com Porto Alegre da tecnologia e igualdade
Na manhã desta terça-feira, o programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, ouviu as propostas de Manuela D’ Ávila para uma Porto Alegre mais tecnológica e igualitária. A candidata do PCdoB à Prefeitura da Capital respondeu às perguntas dos jornalistas André Machado e Rosane de Oliveira, ao vivo, durante 20 minutos.
Publicado 05/09/2012 16:33 | Editado 04/03/2020 17:09

Como Manuela quer ser reconhecida como candidata?
“Serei a prefeita da inovação e da igualdade. Não vivemos um período em que os governos são irresponsáveis ao ponto de não dar segmento às obras ou realizações dos governos anteriores. Contudo, queremos mais. O Brasil vive um grande momento e Porto Alegre não se projetou para acompanhá-lo. Quero construir um novo ciclo, o ciclo das soluções inteligentes para os problemas da cidade, usando os técnicos e a tecnologia que a cidade dispõe em instituições como a UFRGS e a PUCRS. Faremos o uso da tecnologia nas escolas de educação básica, na saúde para garantir o fim das filas no sistema. Usaremos ainda câmeras para controle do trânsito. Esses assuntos já deveriam estar resolvidos, já são ultrapassados, temos de mudar de assunto. Câmeras nas ruas só funcionam com inteligência para fazer a leitura das informações que essas câmeras nos passam. E precisamos usar a inovação tecnológica a favor da igualdade para alcançarmos melhores índices sociais”.
Como alcançar esses objetivos com o orçamento disponível?
“Mudaremos os mecanismos de gestão. Hoje há gastos como os com o aluguel de carros e combustível que se esvaem pelo ralo. Podemos ajustar esses gastos cotidianos, como o gasto com publicidades desnecessárias, que não educam a população. Hoje, dos 21% do orçamento municipal da saúde, apenas 10% são gastos no atendimento básico das equipes de saúde da família, sendo que com 7,5% a mais no orçamento da saúde poderemos chegar às 300 equipes de saúde da família que queremos implementar. Hoje cerca de R$ 150 milhões do SUS não são investidos em consultas especializadas. O problema é de gestão”.
Questão da formação acadêmica
“Não preciso enfeitar o meu currículo. Cursei Jornalismo na PUCRS, Ciências Sociais na UFRGS, fui bolsista de iniciação científica do CNPq. Como sou parlamentar desde os 22 anos, não pude me afastar das minhas funções para cursar um programa regular em uma universidade, mas aproveitei cursos que os profissionais como eu podem fazer, que são os cursos de educação continuada, com poucos dias de aula presencial e encontros periódicos de estudos. Executivos e parlamentares se qualificam assim. Fui convidada, entre 30 pessoas do Brasil, para fazer um curso continuado da Harvard Business School. É um curso permanente, temos encontros do grupo de seis em seis meses. Também fiquei 40 dias na Holanda, a convite do governo holandês, 30 dias na China. As críticas em relação à minha formação só demonstram a ignorância e o desconhecimento em relação à pesquisa e ao estudo de quem me critica. E um pouco do desespero de quem não tem nada de concreto para atacar em minhas propostas e minha campanha. Eu não ataco meus adversários, talvez isso os irrite também. Como diria Confúcio, fogo não se apaga com fogo, fogo se apaga com água. E minha água é meu programa de governo para Porto Alegre”.
Definição de nomes para secretariado
” Nosso critério será técnico. Os partidos aliados devem indicar para os cargos do futuro governo pessoas com capacidade técnica para cada área, pessoas capazes para dirigir o quadro de municipários com competência e conhecimento. Construímos nosso plano de governo ouvindo a sociedade, ouvindo médicos, professores, gente que produz tecnologia em Porto Alegre e cujo conhecimento não é aproveitado pela atual gestão”.
O que é ser comunista hoje?
“Eu me filiei ao PCdoB há 15 anos e sigo acreditando nos mesmos ideais, que se resumem no garantir os pilares da Constituição e os princípios da igualdade entre todos. Acredito no desenvolvimento econômico para assegurar políticas públicas igualitárias. Não defendo modelo de nada. Viajo pelo mundo e pelo país procurando soluções adequadas para cada situação. Aqueles que adotam fórmulas prontas e copiam modelos estão deixando de usar sua inteligência para construir soluções novas. As pessoas não entendem como a Manuela pode ter estudado em Harvard com Ana Amélia Lemos e Falconi. Não podemos querer solucionar os problemas de hoje a partir da forma de pensar das pessoas que os criaram”.
Ampliação de vagas em creches e pré-escolas
“Temos um déficit de 23 mil novas vagas em creches e pré-escolas públicas e conveniadas. Atender a essa demanda é cumprir a lei. Quem não se compromete com isso permanecerá na ilegalidade. Vamos produzir um conjunto de ações para dobrar as vagas públicas e gratuitas, pois há 5 mil vagas públicas gratuitas, com equipamentos do Proinfância, com o governo federal construindo novas escolas e o municipal mantendo-as. Já o Plano Brasil garante o abatimento de 100% de tributos para empresários que investirem em educação, e tenho certeza que nosso empresariado será parceiro”.
Engarrafamentos das ruas e a qualidade do asfalto
“As pessoas precisam lembrar que uma obra como a do metrô levará 15 anos para ser finalizada. É preciso construir soluções para o trânsito já. Quero que a EPTC cumpra o seu papel original, que é de ser uma empresa pública de transporte e circulação, organizando um plano viário para a cidade, com menos sinaleiras em vias expressas, faixas de pedestre em locais adequados e sinalização de rotas alternativas para a população fugir dos engarrafamentos. Porto Alegre não tem um estudo de mobilidade de passageiros como Santa Maria e São Paulo têm. Os ônibus podem, por exemplo, ter GPS para sinalizar os locais de congestionamento, sinalizando rotas alternativas. Em relação à qualidade do asfalto, meu compromisso é ter uma secretaria administrada de forma séria para que não tenhamos trechos asfaltados e recapeamento apenas em período eleitoral e sim durante todos os quatro anos de mandato”.
As secretarias do Trabalho e dos Animais e o Instituto de Saúde da Família serão mantidos?
“Creio que a secretaria do Trabalho está deslocada. Precisamos de uma secretaria de desenvolvimento que vincule ações de indústria, comércio e tecnologia com qualificação profissional. No meu mundo, o desenvolvimento da economia e a qualificação da mão de obra andam juntas. Sobre o Instituto de Saúde da Família, precisamos colocá-lo para funcionar. E sobre os animais, precisamos ter um secretário efetivo, e não um que compartilhe essa função com outras secretarias. Há poucos dias, tivemos o anúncio da abertura do Hospital Veterinário Público, mas, mais do que a castração dos animais, precisamos educar as pessoas e as crianças nas escolas sobre a posse consciente e o bem-estar dos animais”.
Por que votar em Manuela?
“Porque eu acredito que a cidade pode se tornar melhor, não se conformando em ser uma cidade de soluções médias em ritmo devagar. Quero Porto Alegre como a primeira Capital inteligente do Brasil com soluções tecnológicas para problemas como a desigualdade social. É inadmissível Porto Alegre não aproveitar seus técnicos para solucionar seus problemas”.
E a questão de não poder citar a sua participação no governo Dilma?
“Essa questão está entre os erros que os opositores cometem, mas tenho tranquilidade em relação a isso, porque ninguém consegue apagar a minha história. Eu não fiz discurso, eu construí o governo Dilma votando em Brasília e não preciso da Presidenta para forjar uma história. Eu tenho a minha própria história política”.