Maior safra de milho terá exportação recorde do país, diz Conab

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) elevou a sua estimativa de exportação de milho do Brasil para um recorde de 16 milhões de toneladas na temporada 2011/12, após confirmar em seu último levantamento de produção para o ciclo que a colheita do cereal será recorde. O volume supera até previsões feitas pelo mercado, de 15 milhões de toneladas.O anúncio foi feito nesta quinta-feira (6).

Tradicionalmente, as exportações de milho do Brasil ganham mais ritmo no segundo semestre. No mês anterior, a Companhia havia estimado as exportações do Brasil em 14 milhões de toneladas, tendo em vista que a temporada passada foi de 9,31 milhões de toneladas.

Além disso, a safra de milho do país, até final de 2012, é estimada em um recorde de 72,73 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. Na temporada passada, o Brasil produziu 57,4 milhões de toneladas de milho.

Agora, os exportadores do Brasil tiram proveito de uma safra recorde de milho, enquanto a demanda internacional está forte, tendo em vista a quebra de safra nos EUA, maiores produtores e exportadores globais.

O governo já havia sinalizado no início da semana que elevaria a sua estimativa, afirmando que as exportações recordes registradas em agosto, de 2,76 milhões de toneladas, não afetariam o abastecimento interno, considerando bons estoques.

No acumulado do ano, o Brasil exportou 6,26 milhões de toneladas de milho, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), alta de 37% ante o mesmo período do ano passado.

O estoque final na safra 11/12 foi estimado em 12,58 milhões de toneladas de milho, ante 5,9 milhões de toneladas no ano anterior.

Outros grãos

Já para a soja, a Companhia mantém previsão de exportação no ciclo 11/12 em 31,25 milhões de toneladas, estável ante agosto, e contra um recorde de 33 milhões de toneladas na temporada anterior. A previsão ficou praticamente inalterada na comparação com o levantamento de agosto (72,77 milhões de toneladas).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa da produção nacional de grãos aumentou em 0,7% na passagem de julho para agosto, com previsão de totalizar 164,5 milhões de toneladas neste ano.

O instituto considerou, para a estimativa, a alta nas projeções de colheita do feijão, do milho e do sorgo em grão.

Se confirmada, a safra será recorde, superando a do ano passado, de 160,1 milhões de toneladas.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado hoje pelo IBGE, a projeção do milho de primeira safra cresceu 2,2% entre julho e agosto, para 34,282 milhões de toneladas neste ano, alta de 0,1% na comparação com a safra desse grão em 2011.

O IBGE justificou que o aumento da primeira safra do milho decorreu de "reavaliações positivas" nos Estados de Santa Catarina (13,2%), Goiás (3,8%), Maranhão (19%), Paraná (0,7%), Distrito Federal (10,2%), Pará (0,4%) e Rio Grande do Norte (3,1%).

Houve revisão também no milho de segunda safra, cuja estimativa foi ampliada em 1,5% entre julho e agosto, para 38,542 milhões de toneladas, avanço de 74,4% frente a 2011.

"Tanto no milho de primeira safra quanto no de segunda safra o preço da saca dessa commodity agrícola estava bom, convidativo para o produtor. Com o problema de seca no Sul do país e na Argentina, no primeiro semestre, o preço do milho subiu e motivou ainda mais o plantio na segunda safra", afirmou o especialista do IBGE.

Também houve aumento de 5,6% na projeção de colheita do feijão em grão terceira safra, para 459,895 mil toneladas. Após as informações de agosto, o IBGE computou que as três safras de feijão deverão totalizar uma produção de 2,883 milhões de toneladas, o que representará queda de 17,6% neste ano frente a 2011.

"O problema do feijão foi estiagem também, que afetou bastante a produção do Paraná e do Nordeste, na primeira e na segunda safra. Com isso, o preço do feijão subiu e incentivou o plantio de terceira safra", disse Andreazzi.

O sorgo em grãos cresceu 5,5% em agosto ante julho para 2 milhões de toneladas. Em Minas Gerais, que é o maior produtor nacional do grão, com 21,3% de participação no total do país, houve aumento de 5,7% na produção.

Com agências