Juros do cartão: com recorde, Brasil tem taxa média de 238%

Dados divulgados nesta quinta-feira (20), apontam que mesmo com a queda dos juros básicos da economia – que estão no seu menor patamar histórico – os brasileiros ainda pagam a maior taxa média no cartão de crédito.

Levantamento em nove países – Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela, México, EUA e Reino Unido, além do Brasil – mostrou que o país cobra 238,30% ao ano.  O número é mais de quatro vezes o registrado pelo Peru, o segundo colocado, com taxa de 55%, muito próxima aos 54,24% do Chile.

A Argentina é o quarto país com a maior taxa, de 50%, seguido por México (33,8%), Venezuela (33%) e Colômbia (29,23%). Nos EUA e no Reino Unido, a taxa é muito inferior, de 16,89% e 18,7%, respectivamente.

O estudo incluiu dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), da Proteste e dos sites Index Credit Cards e Money Facts, dos EUA e Reino Unido, respectivamente.

"É um absurdo a diferença de taxa de juros. Não tem justificativa, nem mesmo a inadimplência", diz a economista da Proteste Hessia Costella.

Inadimplência e juros

Nem a redução da taxa básica de juros da economia teve impacto nos juros médios do cartão de crédito, que se mantêm inalterados em 238,30% anuais desde fevereiro de 2010.

"A taxa de 238,30% ao ano é elevadíssima, para não dizer absurda ou irreal", afirma o educador financeiro Mauro Calil.

Segundo o Banco Central (BC), a inadimplência no cartão de crédito chegava a 28,10% em julho ( atrasos com mais de 90 dias), contra média de 7,9% no crédito para a pessoa física. O volume movimentado no rotativo em julho, diz o BC, foi de R$ 37 bilhões. 

Com informações do Globo