Agnelo se livra de suspeitas na CPI do Cachoeira

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), conseguiu demonstrar que a quadrilha de Carlos Cachoeira tentou cooptar integrantes de seu governo, mas fracassou.

Desde o início de seu mandato, Agnelo foi alvo de denúncias em série plantadas por revistas semanais. Sabe-se hoje que, por trás disso, havia a mão invisível do bicheiro Carlos Cachoeira, que defendia interesses da Construtora Delta. No auge do denuncismo, o então senador Demóstenes Torres chegou a propor seu pedido de impeachment. Hoje, Demóstenes está cassado por ser o braço político da quadrilha.

Em meio à crise, o deputado Fernando Francischini (PEN-PR) articulava a queda de Agnelo. A articulação foi descoberta quando vazou a íntegra da Operação Monte Carlo, expondo as relações entre Francischini e os arapongas Idalberto Matias, o Dadá, e Jairo Martins.

O governador não foi citado entre os nomes que o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), pede investigações mais profundas ao Ministério Público. Em seu depoimento de dez horas aos parlamentares da CPI, em 13 de junho, Agnelo liberou a quebra de seus sigilos telefônico, fiscal e bancário para contribuir com os trabalhos da comissão. Na ocasião, o governador reafirmou que sua administração teve apenas um contato com a construtora Delta, feito pelo governo anterior.

Ele também ressaltou que foi alvo da organização, que queria tirá-lo do poder por não colaborar com seus interesses. "A organização aqui investigada tramou a minha derrubada. E não agiu sozinha. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Tudo com o objetivo de desgastar, desestabilizar e, por fim, me retirar do governo do Distrito Federal", declarou, à época.