Estados Unidos intensificam presença militar perto da Síria

A chegada do porta-aviões estadunidense Dwight D. Eisenhower frente às costas da Síria acentua ainda mais o perigo de uma intervenção militar contra esse país. A isso se soma a recente decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de instalar mísseis Patriot na fronteira turco-síria, sob o pretexto de usá-los como elemento de dissuasão diante de um eventual ataque de Damasco a seu vizinho do norte.

O Eisenhower atravessou o Canal de Suez a partir do Golfo Pérsico em 1º dezembro, e se uniu ao barco anfíbio estadunidense Iwo Jima, que dispõe de cerca de 1.500 soldados de infantaria a bordo, ambos agora nas proximidades do litoral sírio. A embarcação é um dos 11 porta-aviões da Marinha estadunidense, com oito esquadrões de caças bombardeiros em sua cobertura, além de oito mil soldados de infantaria, informou a página da rede de televisão Rússia Today na internet.

Nos últimos dias, meios de comunicação e políticos ocidentais iniciaram uma campanha sobre a suposta existência de arsenais químicos na Síria, o que poderia servir de pretexto para uma intervenção militar nesta nação mergulhada em um conflito que já dura 20 meses.

Embora a administração do presidente Barack Obama não tenha anunciado nenhuma intervenção militar contra Damasco, Washington parece estar pronto para iniciá-la "em poucos dias" se o presidente sírio Bashar al Assad decidir utilizar armas químicas, publicou recentemente o jornal britânico The Times.

A Chancelaria e altos funcionários sírios afirmaram nos últimos dias que se o país tivesse tal armamento, jamais o usaria contra seu povo. Se bem que a informação sobre a existência das armas seja "parcial" e de "variada qualidade", explicou Mark Urban, especialista em temas de defesa da rede televisiva britânica BBC, políticos ocidentais intensificam suas ameaças a esse respeito.

Na última terça-feira (4), a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton ameaçou tomar medidas se o governo de al-Assad ultrapassasse o que chamou de "linha vermelha" para Washington. "O uso de armas químicas é e será totalmente inaceitável. E se vocês cometem o trágico erro de usá-las haverá consequências", ameaçou também o presidente Obama em um discurso na Universidade Nacional de Defesa em Washington.

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (5) uma emenda à Lei de Autorização de Defesa Nacional, mediante a qual solicitam ao chefe da Casa Branca que apresente perante o Congresso um plano estratégico para intervir militarmente na Síria e impor uma zona de exclusão aérea sobre o país.

Os legisladores aprovaram a modificação com 92 votos a favor e seis contra, ao tempo que exigiram ao Pentágono um informe detalhado das atividades militares que Washington implementaria "para degradar o poder aéreo sírio, utilizado contra os denominados grupos armados opositores". Na opinião dos legisladores, a ação tem como objetivo deter a matança de civis, mas os críticos dizem que poderia ser a precursora de uma zona de exclusão aérea ao estilo Líbia.

Se Washington decidisse intervir militarmente na Síria, já teria à sua disposição na região ao menos 10 mil soldados, 17 navios de guerra, 70 caças-bombardeiros, 10 destróieres e várias fragatas e cruzeiros, detalhou Rússia Today. Algumas das embarcações estão equipadas com interceptores de mísseis Aegis capazes de derrubar qualquer míssil sírio, segundo informa o portal Debka.

Prensa Latina