Para as Farc, diálogos com governo colombiano “vão bem”
O chefe da equipe de paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia -Exército do Povo (FARC-EP) nos diálogos com o governo, Ivan Marquez, assegurou à revista Semana que a mesa de conversações vai bem e que têm alcançado avanços.
Publicado 24/02/2013 13:59
Em uma entrevista exclusiva com a revista, o guerrilheiro falou sobre a sua expectativa de fazer política no futuro, das reparações às vítimas e a necessidade de não deixar escapar esta possibilidade de buscar a paz, entre outros temas.
As coisas vão bem, disse à jornalista Maria Jimena Duzán. "Construimos pelo menos umas duas ou mais laudas de acordo e isso é um avanço que não tinha sido obtido em processos anteriores".
Diferentemente dos diálogos de Tlaxcala, no México, em 1992, no qual não avançamos nem um centímetro, em Havana, vamos bem, agregou.
Como reiterou na véspera, no início de uma nova jornada de diálogo, Marquez insistiu na necessidade de criar uma comissão para realizar um censo alternativo de terrenos agrícolas no país.
A uma pergunta da repórter sobre as acusações que enfrentam de cometer atropelos, ratificou que quando as Farc-EP realizam alguma atividade militar não o fazem contra a população, mas contra um objetivo militar e às vezes, lamentavelmente, a população é afetada.
Por outro lado, destacou necessidade de falar com os colombianos. Para nós é muito importante que as pessoas nos queiram bem, disse. Os camponeses nos protegem, se não fosse por esse apoio não existiríamos, agregou.
Sobre a reparação das vítimas, insistiu que, tal como declarou o líder da força insurgente, Timoléon Jiménez, em uma recente carta dirigida ao presidente colombiano, assumirão sua responsabilidade.
Mas queremos que se aborde o tema em toda a sua dimensão, que apareçam os responsáveis pelo massacre da União Patriótica, pelos falsos positivos, pela época de violência, assinalou.
Marquez reclamou a possibilidade de uma Assembleia Constituinte porque para a guerrilha "o povo tem mais força e legitimidade do que o poder constituído".
O comandante guerrilheiro disse que seu propósito no futuro é fazer política em seu país de maneira aberta e legal.
Igualmente, manifestou que o grande desejo das Farc-EP é chegar a Bogotá em uma mobilização com Timoléon Jiménez, Pablo Catatumbo, Pastor Alape, Joaquín Gómez e Mauricio Jaramillo.
Com Prensa Latina