Quilombolas do Rio dos Macacos realizam protesto na AGU

Contra o processo judicial aberto pela Marinha de Guerra do Brasil que pede a ordem de despejo da comunidade Rio dos Macacos, os moradores fizeram nova manifestação nesta quarta-feira (06/03). Desta vez, o local escolhido foi o prédio da Advocacia Geral da União (AGU), localizado na avenida Paralela. Participaram cerca de 400 pessoas, entre residentes da localidade, membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e Movimento Sem-Teto de Salvador, além de outros movimentos quilombolas.

Os manifestantes, que carregavam faixas e cartazes, queriam um encontro com representantes da AGU, além da presença do governador Jaques Wagner ou um representante do governo, para pedir o cancelamento do processo, mas não foram atendidos. A comunidade alega que ocupa o local desde o início do século XX, antes da instalação da Base Naval de Aratu – ocorrida na década de 1960 –, e, portanto, têm direitos adquiridos.

Os integrantes querem, ainda, que seja criada uma câmara de decisão popular, em que os moradores da comunidade sejam informados das decisões que devem ser tomadas ao longo do processo, bem como o fim da violação dos Direitos Humanos. De acordo com os moradores, a mando da Marinha estariam envenenado e queimado as plantações, que garantem a alimentação dos moradores.

A área já foi reconhecida pelo Incra, desde o ano passado, como comunidade quilombola, o que conta um ponto a favor dos moradores. O processo já tramita na Justiça há muito tempo e a cada hora sai uma determinação diferente. Foi concedida uma liminar suspendendo o pedido de despejo, mas a matéria foi derrubada posteriormente.

De Salvador,
Maiana Brito