Ex-ditador guatemalteco é julgado por genocídio

Centenas de pessoas se reuniram perto da Suprema Corte de Justiça da Guatemala, em vigília, nesta terça-feira (19), pelo julgamento do ex-ditador José Efraín Ríos Montt, acusado de genocídio.

Ríos Montt - Guatemala

Montt, que atualmente está com 86 anos, e nas últimas duas décadas foi deputado é julgado pela matança de mil 771 índios e mais de mil violações sexuais perpetradas pelo Exército sob sua ordem, quando governou o país de (1982-1983). 

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“Este é um dia muito grande para a Guatemala. Esperamos que a partir de agora sejamos aceitos pela sociedade”, expressou a líder indígena guatemalteca Rigoberta Menchú, que é prêmio Nobel da Paz.

Além de Ríos Montt serão processados o general aposentado José Rodríguez, que durante o mandato foi chefe da oficina de Inteligência Militar, unidade do Exército que é acusada do planejamento e da perpetração dos atos repressivos.

É a primeira vez, na história da Guatemala, que um ex-presidente responde para a justiça por milhares de assassinatos ocorridos durante a guerra civil no país (1960 e 1996). Analistas locais, preveem um veredito dentro de um mês “se tudo ocorrer com normalidade” e os advogados de defesa não apresentarem recursos para retardar o processo.

O ex-ditador nunca respondeu pelas acusações, pois o parlamentar contava com imunidade. A Comissão da Verdade da Organização das Nações Unidas (ONU) expressou que os crimes cometidos pelo Estado guatemalteco durante o governo de Ríos Montt constituem um genocídio. O relatório da ONU estima que a guerra civil guatemalteca deixou um saldo de pelo menos 200 mil mortos, 45 mil desaparecidos e um milhão de deslocados. 

Fonte: TeleSur