Curuguaty: Verdadeiros invasores são os latifundiários 

O presidente da Plataforma de Estudos e Investigação de Conflitos Camponeses, Domingo Laino, afirmou nesta quinta-feira (4) que o sangrento despejo de Curuguaty foi executado contra os camponeses paraguaios, mas eles nunca foram invasores daqueles terrenos.

Curuguaty

Em entrevista para a Prensa Latina, Laino referiu-se assim a ação policial que ocorreu em junho de 2012 e deixou um saldo de 11 camponeses e seis policiais mortos e explicou que os supostos proprietários da fazenda, cenário do fato, não têm o título da propriedade.  

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“Os verdadeiros invasores são os empresários latifundiários, pois, definitivamente, são terrenos pertencentes ao Estado, para os camponeses e o povo paraguaio o massacre ocorreu para a destituição de um presidente democraticamente eleito”, defendeu.

A Plataforma orientada por Laino realizou uma importante investigação independente do fato contando com a participação do advogado espanhol Ayrton Martinez, reuniu várias provas, filmagens e fotos e as apresentou tanto para o Ministério Público como para o Comitê de Direitos Humanos da ONU.

O entrevistado destacou a importância da resolução que acaba de emitir essa instância da ONU denunciando a violação dos direitos humanos e o esclarecimento do massacre de Curuguaty pelo governo.

Violação aos direitos humanos 

Laino, economista, candidato presidencial em duas ocasiões e ex-congressista, ressaltou que a Plataforma apresentará publicamente, em vários dias, provas obtidas da violação aos direitos humanos dos camponeses e adiantou algumas delas.

“Camponeses foram fuzilados com disparos a curta distância, torturou-se terrivelmente Freddy Barrios um menor de 15 anos, Nelson Castro, ferido com tiro na mandíbula permaneceu cinco meses sem operação, atenção médica foi negada para os camponeses feridos”, disse.

Ele lembrou que o relatório da Plataforma, junto a outros apresentados por organizações defensoras dos direitos humanos, foram tão sólidos que impediram que a delegação governamental enviada para a reunião do órgão da ONU frustrara a condenação incluída na resolução emitida.

“Agora Federido Franco trata de minimizar a importância desse pronunciamento da ONU, mas suas limitações intelectuais são bárbaras, concluiu.

Fonte: Prensa Latina