Irã está decidido a manter seu programa nuclear pacífico

O Irã não aceitará cessar nem suspender as suas atividades nucleares durante as novas conversações que manterá com o Grupo 5+1, indicou nesta quinta-feira o legislador iraniano Seyed Hosein Naqavi.
A equipe negociadora do Irã encabeçada por Said Yalili, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, chegou na noite da quarta-feira (3) a Almaty, no Casaquistão, onde se realizará a nova rodada de conversações entre o Irã e o Grupo 5+1 nesta sexta-feira (5) e sábado (6).

“O Irã rechaça qualquer diálogo no qual a contraparte tente criar obstáculos para o fornecimento da energia nuclear de que necessita o país persa ou insista que Teerã renuncie a seus direitos”, afirmou o porta-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã.

Segundo Naqavi, o Ocidente segue uma política errônea ao prolongar os diálogos nucleares do Irã com a intenção de que a nação persa se renda diante das pressões e das sanções econômicas.

Os Estados Unidos, o régime de Israel e outros dos seus aliados acusam Teerã de perseguir fins militares em suas atividades nucleares.

Contudo, o Irã enfrenta essas acusações e afirma que, como membro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), tem direito legítimo de desenvolver seu programa.

Igualmente, numerosas inspeções da Agência nas instalações nucleares iranianas não encontraram nenhuma evidência que confirme as alegações dos países imperialistas.

Nações Unidas

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse nesta quinta-feira (4) que confia em que haja um “progresso significativo” nas novas conversações entre o Irã e o G5+1 sobre a questão nuclear de Teerã.

Ban Ki-moon manifestou seu otimismo sobre a nova rodada de diálogos entre o Irã e o Sexteto na coletiva de imprensa concedida em Madri junto ao presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, depois da audiência que tiveram no Palácio de la Moncloa.

O dirigente máximo da ONU afirmou que os problemas relativos à questão nuclear iraniana devem “ser resolvidos o quanto antes de maneira muito pacífica tratando de reconhecer e entender as posições de ambas as partes sabendo que todo mundo está muito pendente das decisões que sejam tomadas".

Ban Ki-moon disse que a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também lhe transmitiu que está "razoavelmente otimista" a respeito.

Por outro lado, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Said Yalili, instou nesta quinta-feira o Grupo 5+1 a reconhecer o direito da República Islâmica do Irã a desenvolver a energia nuclear com fins pacíficos, em especial o enriquecimento de urânio.

A nova rodada de conversações entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha terá lugar em Almaty, Casaquistão nesta sexta (5) e sábado (6).

As duas partes mantiveram uma reunião de especialistas na Turquia nos dias 17 e 18 de março, como haviam acordado em sua última rodada de diálogos em Almaty, realizada em 26 e 27 de fevereiro.

A República Islâmica do Irã, sempre reiterou sua vontade de colaborar com o Sexteto a fim de resolver as questões pendentes a respeito de seu programa pacífico de energia nuclear, sempre e quando sejam respeitados os seus direitos legais.

União Europeia

Uma autoridade da União Europeia (UE) assegurou nesta quinta-feira que o Grupo 5+1 tem a intenção de dar uma resposta positiva às propostas que o Irã apresentou durante as últimas conversações entre ambas as partes que tiveram lugar em finais de fevereiro no Casaquistão.

Em uma entrevista à PressTV, Michael Mann, porta-voz da alta representante da UE para Assuntos Exteriores e de Segurança, Catherine Ashton, declarou que o Irã “pôs sobre a mesa uma proposta analisada em Almaty (Casaquistão) em fevereiro, e agora queremos dar uma resposta clara e concreta a essa proposta; uma resposta positiva".

"Sejamos absolutamente claros. Ninguém nega o direito do Irã ou de qualquer outro país para possuiu a tecnologia nuclear com fins medicinais ou o energéticos ", assegurou o porta-voz de Ashton.

Mann agregou que “nesses diálogos serão abordadas as preocupações da comunidade internacional que foram destacadas pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) pelas Nações Unidas” em torno do programa de energia nuclear iraniano.

Hispan TV