Irã critica potências e diz que nenhum país deve ter arma nuclear

A República Islâmica do Irã continuará conversando com o Grupo 5+1 até chegar a um resultado, defendeu neste domingo (7) o parlamentar iraniano Evaz Heidarpur. A última rodada de diálogos entre o Irã e o sexteto teve lugar na sexta-feira (5) e no sábado (6) na capital do Casaquistão, Almaty.

O membro da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã afirmou, em alusão às propostas dos representantes ocidentais na última rodada de diálogos realizada na capital do Casaquistão, Almaty, que “caso se reconheça ao Irã o direito de enriquecer o urânio, Teerã estudará suas propostas”.

Durante este encontro, Said Yalili, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, representou o país persa, ao passo que a delegação do G5+1 foi encabeçada pela chefe de Política Externa da União Europea (UE), Catherine Ashton.

Em coletiva de imprensa feita depois das recentes reuniões de dois dias de duração, Yalili assegurou que o Irã saúda qualquer diálogo para resolver a questão nuclear, contudo, matizou que agora cabe ao Grupo 5+1 conquistar a confiança do povo iraniano.

O sexteto deve reconhecer o direito do Irã ao enriquecimento de urânio, prosseguiu o alto negociador para assuntos nucleares do Irã, para logo afirmar que o G 5+1 deve acabar com seu “comportamento hostil”.

Em reiteradas ocasiões, o governo de Teerã insistiu em que, conforme o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), não renunciará a seus direitos nucleares com fins pacíficos.

Neste sábado (6), o Irã criticou o plano do Reino Unido que busca aumentar seu arsenal nuclear.

O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Said Yalili, durante uma entrevista ao canal PressTV em língua inglesa, condenou a medida britânica.

Além de censurar o plano num momento em que as potências ocidentais pressionam o Irã sobre seu programa de energia nuclear, Yalili reiterou que o país persa sempre teve a mesma postura: “Ninguém deve possuir armas nucleares”.

“Ao mesmo tempo, todos os signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) devem gozar do direito de dispor de energia nuclear pacífica”, sublinhou o máximo representante iraniano na matéria.

O titular iraniano denunciou a política de duas caras das potências ocidentais quando se trata do direito à energia nuclear, agregando que existem alguns países que fazem afirmações e buscam armas nucleares e estão levando a cabo novas provas nucleares.

"Estas potências possuem arsenais nucleares, mas impedem que outros países desenvolvam sua energia nuclear com fins civis", acrescentou Yalili, ao pedir que certos países respondam sem mais delongas à comunidade internacional por seus atos.

A autoridade iraniana alertou o Conselho de Segurança das Nações Unidas para que este organismo tome medidas necessárias para desarmar esses países, em vez de se concentrar em um só país que realiza atividades nucleares destinadas a fins medicinais.

Recentemente, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, apresentou um plano de renovação dos submarinos nucleares britânicos Vanguard, que transporta mísseis nucleares.

Cada um dos quatro submarinos tem até 16 sistemas de dissuasão nuclear Trident-2, além de 40 ogivas nucleares.

Estima-se que esta renovação terá um custo de quase US$ 40 bilhões para Londres, uma medida que provocou manifestações nesse país europeu rechaçando as intenções do Reino Unido a esse respeito.

Hispan TV / Blog da Resistência  www.zereinaldo.blog.br