Peña Nieto não atenderá reivindicação sobre reforma educacional

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, advertiu, nesta quinta-feira (4), que o governo não permitirá pressões na aplicação da reforma educacional. Por outro lado, milhares de professores da Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) bloquearam, por horas, a frente do Departamento do Interior em busca de uma abertura do governo para o diálogo. Os docentes são contra a reforma.

Peña Nieto - Efe

Os profissionais exigem que a medida “garanta a gratuidade do ensino mexicano”. Em nota oficial, o Sindicato dos Professores Mexicanos – um dos maiores do país com quase um milhão de associados – afirma que, desde a aprovação da lei, funcionários do governo têm permissão para “fazer negócios e comércio na Educação, favorecendo as elites do México”.

Pedem ainda que o texto constitucional inclua o caráter humanista da educação, mas também que se atentem aos princípios de formação laica, gratuita, científica e obrigatória.

No contexto das mobilizações e protestos, liderados pelos professores de Guerrero e Oaxaca, os professores destacaram que “não deixaremos de protestar diante da imposição de uma reforma que não vai melhorar o sistema educacional nacional”.

Por sua vez, Nieto afirmou que “a reforma educacional marcará o destino da educação do nosso país nas próximas décadas. Nem pressões nem manifestações vão comprometer o desenvolvimento das novas gerações”. O presidente encabeça o fórum nacional México com Educação de Qualidade para Todos, no contexto da consulta cidadã para elaborar o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2018.

De acordo com o titular da Secretaria de Educação Pública, Emilio Chuayffet, a reforma contempla todos os atores da sociedade, inclusive aqueles que se opõem a ela.

Reforma

A reforma educativa promulgada em fevereiro prevê, entre outras coisas, que a estabilidade e a promoção dos professores passarão a depender de méritos profissionais, medidos por um órgão de pesquisa independente. Com a controversa medida, por exemplo, um professor pode ser demitido caso seja comprovado baixo rendimento dos estudantes.

O Sindicato dos Professores acusa o governo de fragilizar a categoria, retirando autonomia e o poder de mobilização dos profissionais de ensino. Por outro lado, o governo mexicano se defende dizendo que o nível de qualidade do ensino no país é muito ruim e que medidas emergenciais devem ser tomadas.

Em 2009, segundo pesquisa do PISA (Program for International Student Assessment, na sigla em inglês), a educação no México ocupava a última colocação dos 34 países integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Segundo informações do documentário ¡De Panzazo!, a cada 10 adolescentes mexicanos, 7 não conseguem interpretar o que leem.

Da Redação do Vermelho,
com agências