Organizações sindicais realizam Dia de Ação pela Guatemala

A repressão da atividade sindical na Guatemala é uma das mais fortes na América Latina e a violência contra líderes sindicais no exercício de suas atividades, deixa, em média, 15 mortos por ano, segundo dados das organizações sindicais da região. Para tentar reverter essa realidade, a Confederação dos Trabalhadores das Américas (CSA) e a Confederação Sindical Internacional (CSI) realizam nesta sexta-feira (17), o Dia de Ação pela Guatemala.

O objetivo é chamar a atenção para a constante violência e a impunidade que impera em torno destes casos no país, e protestar contra a falta de resposta por parte do governo. Para realizar as ações, a CSA convoca as organizações afiliadas em diversos países a se unirem nesta data e fazer uma "forte e contundente” ação de solidariedade em apoio aos sindicalistas guatemaltecos, enviando cartas de protesto para os representantes da Guatemala nas suas embaixadas e consulados, e promover atividades de protesto pela situação de violência no país centro-americano.

Em nota publicada para esse dia, o secretário geral da CSA, Víctor Báez Mosqueira, afirmou que a Guatemala apresenta uma das mais altas taxas de assassinatos de sindicalistas no exercício da atividade sindical, na América Latina e, como se não bastasse a violência e a repressão que rondam a categoria, os casos geralmente permanecem impunes, contribuindo para que as violações continuem ocorrendo e para que a desigualdade se acentue no país.

Para chamar atenção do mundo sobre este descaso em uma tentativa de exigir que o governo da Guatemala tomasse providências quanto aos responsáveis pelos crimes, a CSI e a CSA organizaram a 1ª e a 2ª Conferência Internacional contra a impunidade na Guatemala, em 2008 e 2011, respectivamente. Apesar da iniciativa, o secretário geral da CSA disse que "a sensação é que nada mudou, ou melhor, que a situação de desrespeito aos direitos e a criminalização do protesto social se agravaram”. De acordo com Víctor, uma das maiores preocupações da categoria é o assassinato de seus líderes.

Em 2012, a CSA, a CSI e demais movimentos sindicais da Guatemala também lançaram a campanha "Guatemala: Trabalho Digno, Vida Digna” para fortalecer a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e pela liberdade sindical no país.

"Os trabalhadores guatemaltecos não terão a vida que buscam, com trabalho decente e coesão social, enquanto a vida dos sindicalistas não estiver garantida, não forem respeitados e cumpridos os Convênios da OIT [Organização Internacional do Trabalho], as violações continuarem impunes e não darem fim aos massacres. A CSI e a CSA acompanharam e continuarão apoiando passo a passo os acontecimentos na Guatemala, porque todos os sindicatos afiliados são conscientes da importância do que se passa no país para o mundo sindical”, expressa a nota.

Fonte: Adital