Audiência pública discute situação de aposentados do BNB

Evaldo lembrou que essa questão já está na justiça há 22 anos, quando 1.638 pessoas entre funcionários e bancários do Banco do Nordeste, realizaram uma greve para que seus salários fossem equiparados com os funcionários do Banco do Brasil. “A greve foi vitoriosa, mas ainda não foi honrada pelo banco do nordeste”, afirmou o parlamentar.

O diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Tomás de Aquino, destacou a falta de compromisso que a direção do Banco do Nordeste tem com os trabalhadores da empresa que há mais de 20 anos esperam por uma decisão da justiça. “O sindicato dos bancários tem procurado incessantemente fazer um acordo em cima da questão trabalhista na expectativa de resolver dignamente uma pendência que não tem mais qualquer questionamento de mérito. Buscamos nos últimos 8 anos uma saída acordada para essa pendência que possui 1638 beneficiários e por entender que as pessoas que integram os beneficiários dessa ação, uma boa parte já está aposentada. Tudo isso seria motivo mais do que suficiente para tratar dessa solução, mas infelizmente nem nas gestões anteriores não se tem tido essa sensibilização”, constatou.

O vereador Deodato Ramalho (PT) também participou da audiência e mostrou sua preocupação com a situação que perdura há mais de duas décadas. “A questão do Banco do Nordeste preocupa pela história que o banco tem. Nada justifica esses 22 anos de espera. Isso é uma grave ofensa aos direitos humanos em que toda pessoa tem o direito de receber aquilo que lhe é de direito”. O Parlamentar finalizou sua participação solicitando que os beneficiados continuem firme na luta e que outros vereadores apoiam a causa.

O vereador Márcio Cruz (PR) solicitou ao vereador Deodato fazer um encaminhamento de documento a nível federal para que esse assunto chegue a presidência da república, “porque isso inadmissível. Você esperar 25 anos por uma decisão judicial. Vai ter que esperar mais quantos anos?”, indagou o parlamentar.

O representante da Associação dos Aposentados do Banco do Nordeste e atual diretor da Associação Nacional de Participantes do Fundo de Pensão, Miguel Nóbrega, afirmou que o BNB tem o valor necessário para pagar todos os 1638 funcionários. “Nos últimos 25 anos, o BNB lucrou mais de 20 bilhões de reais e esse passivo trabalhista seria quitado com cerca de 4% ou 5% se tivesse o seu real valor pago. Portanto é um mito da diretoria que o valor a pagar para os funcionários traria abalo nas estruturas do banco.”

Carlos Chagas, advogado do Sindicato dos Bancários felicitou a iniciativa da Câmara Municipal em discutir essa questão que há mais de 20 anos está acontecendo na justiça. “Estamos aqui para tornar pública essa odiosa realidade que um processo judicial possa perdurar por 22 anos e sendo ainda incerto quando terá seu fim. Essa audiência se revela oportuna e cabível considerando que é fundamental levar a sociedade e ao público o que de fato ocorre com os funcionários do banco do nordeste”, afirmou o advogado.

O assessor técnico do Banco do Nordeste, Souza Júnior, reforçou que o caminho mais rápido para se chegar a um acordo é a conversa entre o sindicato e representantes do banco. “Todas as iniciativas nesse sentido são importantes para agilizar o processo e chegar a um valor comum em ambas as partes.”

O vereador Evaldo Lima disse no fim da audiência que vai levar a discussão diretamente para a direção do Banco do Nordeste. Esteve presente na audiência o representante da associação dos funcionários do Banco do Nordeste, José Frota de Medeiros.

Fonte: Câmara de Fortaleza