TJ-BA suspende censura a matéria sobre torturas na Bahia
O jornalista baiano Emiliano José usou a conta que possui no Twitter para anunciar a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) de suspender a censura a uma reportagem publicada em seu site sobre as torturas ocorridas na Bahia, durante a Ditadura Militar (1964-1985). A suspensão, feita pela desembargadora Telma Brito, invalida a liminar da juíza Marielza Brandão, responsável pela determinação.
Publicado 14/06/2013 14:37 | Editado 04/03/2020 16:16
A matéria intitulada “Premonição de Yaiá” traz relatos da mãe do professor Renato Afonso que, em 1971, foi torturado pelos militares, no Quartel dos Dendezeiros, em Salvador. Segundo Yayá, as ordens partiram do comandante da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) da época, Átila Brandão, hoje pastor evangélico.
Brandão procurou a Justiça para impedir a disseminação da informação e está processando Emiliano por calúnia. O ex-comandante tem até 10 dias para recorrer da decisão do Tribunal de Justiça.
Ainda na rede social, Emiliano comemorou a notícia e parabenizou o TJ-BA. “Hoje, para censurar, teriam que implodir a rede mundial de computadores. Parabéns ao TJ da Bahia. Viva a liberdade de imprensa!”.
O jornalista, que é suplente de deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, também afirmou que o episódio revela que qualquer tentativa de censura é absolutamente inócua e “besteira pura”. “O texto ‘A premonição de Yaiá’ ganhou o mundo depois que o meu portal foi censurado”, concluiu.
De Salvador,
Erikson Walla