Casos de violência contra a mulher aumentam na Bolívia 

Pelo menos 23 mortes, 54 violações sexuais e 25 casos de agressões físicas é o saldo de uma onda de violência contra a mulher na Bolívia durante o primeiro semestre do ano, denunciou nesta quarta-feira (26) a Defensoria Pública.

Um relatório precisa que as cifras representam um aumento de 20% em relação aos casos reportados no mesmo período de 2012. O texto informa que os dados não são definitivos, pois existe um grande número desconhecido. 

"As quantidades reais são obviamente maiores se consideramos os casos que não chegam à imprensa, os que ficam na Justiça ou os que não são sequer denunciados", assegurou o defensor público , Rolando Villena.

Em relação aos casos de violações, informou que 41 foram contra crianças e adolescentes, enquanto os outros 13 contra maiores de 18 anos. Em 2012, a polícia boliviana divulgou que foram feitas 3.602 denúncias por violência sexual, 33% a mais que em 2011.

Após o assassinato de uma jornalista, em fevereiro de 2013, o governo boliviano impulsionou a promulgação da chamada Lei Integral para garantir às mulheres uma vida livre de violência que, entre outros aspectos, qualifica o delito de feminicídio.

A lei foi promulgada pelo presidente Evo Morales em 9 de março e abrange três âmbitos de ação: prevenção, proteção e sanção do delito, e inclui até 30 anos de prisão sem direito a indulto.

De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde, a Bolívia apresenta o maior índice de violência de gênero na América Latina e o segundo em violência sexual, depois do Haiti. Segundo cifras do Instituto Nacional de Estatística, 87% das bolivianas sofre algum tipo de maltrato.