Farc propõem criação de poder popular na Colômbia 

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia- Exército do Povo (Farc-EP), que mantêm diálogo com o governo de Juan Manuel Santos apresentaram nesta quarta-feira (4) onze propostas mínimas para a restruturação democrática do Estado e reforma política. 

Ricardo Telléz - Farc - Agência Efe

Do Palácio de Convenções em Havana – sede permanente das conversas – a guerrilha apresentou um comunicado contendo as sugestões sobre o segundo ponto da agenda: a participação política.

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Dentre as propostas, a guerrilha destacou que é necessária uma reestruturação democrática do Estado “que deve produzir ajustes institucionais – sustentados na participação social e popular sem prejudicar os mecanismos existentes (…) acabar com as atuais clientelistas, corruptas,criminosas e mafiosas”, indica o documento. Para eles é necessário fortalecer a institucionalidade pública e estatal e assegurar o uso transparente e participativo e orçamentos públicos para superar a desigualdade, pobreza e abandono "que estão submetidas as maiorias sociais e populares"

Poder popular

Sobre a participação cidadã a insurgência criticou “excessiva” a concentração do poder institucional e propôs medidas que garantam a participação e o controle cidadão através da criação do Poder Popular, que funcione como um quarto poder. “Serão gerados mecanismos institucionais de fiscalização e controle cidadãos sobre os poderes legislativo e judiciário, sobre os organismos de controle, particularmente sobre o Ministério Público”.  

Eles explicaram que “este poder, além de dar vida, reconhecimento e representação institucional às múltiplas formas de exercício autônomo e democrático de poder, direto, comunitário, através de juntas, comunidades ou congressos (…) com a capacidade de decisão e de incidência real sobre os assuntos públicos”. E defenderam a democratização dos meios de comunicação. 

Também destacaram a criação do Conselho Nacional de Participação Política e Social formado por representantes de partidos políticos, movimentos sociais, centrais sindicais, mediante a eleição direta e com revocatória de mandato.

A guerrilha e o governo colombiano estão no 11º ciclo dos diálogos de paz e chegaram a acordos, em maio, sobre a questão agrária, um dos principais motivos para o conflito armado que ocorre no país há mais de meio século. Na última segunda (1º/7) as Farc informaram que se reuniram com o Exército de Libertação Nacional (ELN) e pediram sua participação no processo de paz que ocorre no país desde novembro de 2012. 

Da Redação do Vermelho

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