Partido União Patriótica retorna à legalidade na Colômbia 

A presidenta do partido colombiano Polo Democrático Alternativo, Clara López, saudou a restituição da legalidade da União Patriótica (UP), “eliminando o sangue e fogo pela violência e intolerância política deste país”, destacou.

Clara López - Unión Patriotica - Colômbia

"É o mínimo que se pode fazer, mas não é o suficiente, o Estado tem que oferecer garantias do exercício político tanto para a UP como para todos os setores da oposição”, argumentou. 

Na opinião de López é preciso um estatuto de oposição que ofereça todas as garantias, "porque na Colômbia são especialistas em aprovar leis, mesmo que fiquem somente no papel. O que se busca é a propaganda e não a verdadeira materialização de um ato”, declarou.

"Para a democracia colombiana é muito importante que reviva um partido que nunca deveria ter desaparecido do espectro político nacional, vítima do genocídio", agregou. A União Patriótica é agora um novo ator político, opinou, com o que nos disponibilizamos para iniciar um diálogo direto para explorar alternativas para a concentração de uma ampla convergência democrática, com vistas para as eleições de 2014.

Por sua vez, o representante da Câmara Iván Cepeda, filho do vereador assassinado da UP, Manuel Cepeda, destacou que este novo ato na história do país deve levar a uma reflexão profunda na mesa de diálogos que ocorrem em Cuba entre o governo e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP).

“Os movimentos políticos que surjam de um eventual processo de paz não podem contar com a mesma sorte que da UP”, declarou.  O parlamentar insistiu que a restituição da legalidade é apenas a fase inicial do que deve ser uma verdadeira reparação política. Na opinião dele, o próximo passo deve dar-se por parte da justiça comum, “enquanto deve reconhecer-se que tal genocídio existiu e sua consequência foi a perda da legalidade deste movimento como partido”.