Camila Vallejo apoia programa de governo de Bachelet

"O que para mim é relevante é que as ideias mais fundamentais, as ideias apontadas pela candidata, já são irreversíveis, e entre elas está a educação gratuita universal, está a reforma tributária -que não é uma maquiagem, como a última que foi aprovada- e está a mudança da Constituição Política", exclamou Vallejo.

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A candidata a deputada, pela mesma sigla, respondeu assim em entrevista à CNN Chile em referência à entrada dos democrata-cristãos René Cortázar e José de Gregorio, opostos à educação gratuita para todos os cidadãos, uma das principais reivindicações das manifestações estudantis dos últimos anos.

Vallejo recordou palavras do presidente do Partido Socialista, Osvaldo Andrade, que assegurou que as ideias mais fortes que levantaram Bachelet, as mesmas que legitimaram o voto popular nas recentes eleições primárias, não têm volta atrás.

Em uma entrevista com o jornal  chileno La Tercera, De Gregorio, ex-presidente do Banco Central, mostrou-se contrário à gratuidade para todos os estudantes."Seria tremendamente injusto que pagassem a educação dos meus filhos, de crianças para as quais pagamos colégios privados", considerou.

Vallejo qualificou de equivocada a postura do democrata-cristão e reafirmou que o que deve ser feito é solucionar os problemas de financiamento, avançar na gratuidade, "e paralela e conjuntamente trabalhar em melhorar a qualidade da educação em seu conjunto".

A ex-presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile respaldou também a promessa de Bachelet de trabalhar por uma reforma constitucional para pôr fim à atual carta magna, herdada da ditadura de Augusto Pinochet.

Vallejo reconheceu que dentro do pacto Nueva Mayoria, liderado por Bachelet, existem diferentes posições sobre esse problema. O Partido Comunista, do qual Vallejo é membro, defende uma Assembleia Constituinte.

"Estamos a favor de um processo onde seja a cidadania que determine, primeiro, se quer uma nova Constituição e, em segundo lugar, que Constituição é a que deseja", explicou. A candidata a deputada fez questão de explicar que a atual lei suprema tem uma origem espúria, justamente porque vem de uma ditadura militar, e apesar de ter sido reformada, não sofreu  alteração substancial.

"É necessário que se construa uma nova Constituição determinada pela grande maioria. Eu acho que isso é um processo necessário, urgente e são para a construção de uma verdadeira democracia", disse.