Correa apresenta à Assembleia proposta de reeleição indefinida

O presidente do Equador, Rafael Correa, pretende enviar à Assembleia Nacional uma legislativa legal, elaborada pelo partido Alianza País (AP) para reformar a Constituição e estabelecer o direito de todo cidadão à reeleição contínua em todos os cargos. A proposta foi criticada pela oposição. De acordo com o secretario executivo da Alianza País, Galo Mora, Correa não pretende concorrer a um novo mandato.

Não vou me candidatar à reeleição, afirma Correa /Foto: Marcelo Casal Jr.

O AP elaborou uma proposta para permitir que o prefeito opositor em Guayaquil (oeste), Jaime Nebot, que deseja buscar sua terceira reeleição no próximo pleito municipal.

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Nebot, que a princípio se manifestou contrariamente à reeleição indefinida presidencial, agora manifestou seu interesse de disputar um novo mandato em Guayaquil e se isso ocorrer, completará 19 anos no poder.

"Estamos dispostos a atender, fiel a nosso espírito de abertura, o clamor das expressões do prefeito de Guayaquil e da imprensa "livre e independente". Nos propomos a rever nossa posição (sobre a reeleição), com o objetivo de que o poder político e midiático sejam escutados", declarou Correa.

De acordo com a Agência Andes, o principal estímulo para esta iniciativa foram os comentários e títulos de alguns meios escritos do Equador, que sugeriram vantagens na continuidade de alguns mandatos, em especial na prefeitura de Guayaquil.

"Eu, depois de quatro anos me retiro não somente da presidência, mas da vida pública, exceto se seguirem me incomodando estes mediocres da partidocracia, se estas pessoas de meios de comunicação de má fé seguirem me incomodando, eu me lanço à reeleição; assim é melhor ficarem calados", concluiu Correa.

Galo Mora reforçou a disposição do presidente de não se reeleger, e sim colocar em evidência a “dupla moral” dos meios de comunicação que hoje defendem a reeleição do prefeito de Guayaquil e criticaram a de Correa.

Já a presidenta da Asambleia Nacional, Gabriela Rivadeneira, comentou que a Constituição de 2008 não está escrita em pedra" e esta mudança na Carta Magna será para “garantir a sustentabilidade do processo de revolução deste governo”.

O presidente Rafael Correa foi reeleito, com 57% dos votos, para seu segundo mandato em fevereiro deste ano e governará até 2017. Para a reeleição indefinda, é preciso uma mudança constitucional, possível por meio de um referendo ou decisão da Assembleia Nacional.

Da Redação do Vermelho