Caxias: Plenário lotado na apresentação de teses do 13º Congresso

Os militantes do PCdoB de Caxias e região da Serra lotaram o plenário da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul na manhã deste sábado para participar de ato político de lançamento das teses do partido para o seu 13º Congresso, que ocorre de 13 a 16 de novembro em São Paulo.

caxias - lancamento congresso - Mauricio Concatto

A atividade serviu de demonstração do prestígio político do PCdoB junto a outras siglas constituídas na cidade. Entre as autoridades presentes, estavam o prefeito e o vice-prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT) e Antonio Feldmann (PMDB), respectivamente. Além do PCdoB, participaram do ato dirigentes do PDT, PT, PSB, PTB, PP e PMDB. Os trabalhos foram coordenados pelo presidente do PCdoB de Caxias, Sílvio Frasson.

Ao se manifestar, Alceu enalteceu a participação do partido em seu governo e destacou a grande contribuição que tem dado para ajudar a decidir os rumos da cidade ao mencionar a importância de ter o deputado federal Assis Melo em Brasília, a secretária de Turismo, Abgail Pereira, no governo do Estado, e o secretário da Habitação de Caxias, Renato Oliveira. O prefeito também reforçou a importância de ter na base aliada os vereadores Henrique Silva e Rafael Bueno na Câmara de Vereadores.

“Muitas das bandeiras do PCdoB vem ao encontro do nosso pensamento. Somos parceiros e precisamos de vocês. Conversando com Assis sobre emendas parlamentares, ele disse que gostaria muito da ligação da estrada até a sede do sindicato. Falei que esse era um tema que interessava muito. Não vai demorar para a obra começar. Queremos iniciar antes do final do ano. Outra obra importante é a pavimentação de ruas do bairro Vila Lobos. Essas obras foram contempladas por emenda do deputado Assis. É exemplos de parceria de emenda que se constrói juntos, porque sozinhos não fizemos nada. Na presença do governador Tarso Genro na sexta na cidade, delegamos outra tarefa importante para o deputado Assis. Buscar junto à bancada gaúcha uma emenda que permita ao Hospital Geral ampliar as instalações e construir o hospital materno-infantil a um custo de R$ 20 milhões. Palmeira das Missões, por exemplo, prevê R$ 140 milhões para um hospital. A construção do nosso ginásio do esporte é outra demanda para o deputado Assis. Precisamos do PCdoB conosco”, reforçou Alceu.

Na sua explanação, Assis Melo aproveitou a presença do vice-prefeito para recordar que na clandestinidade, quando o PCdoB não podia falar nem se manifestar, o antigo MDB era a voz dos comunistas. O deputado ressaltou ainda a amplitude política como salutar e necessária para a política.

“Para nós, fazer política, é conjugar a amplitude política. Quais os passos que o PCdoB deu ao longo da sua existência? O

PCdoB vai se deter aos 10 anos do governo Lula e Dilma, mas nosso rio é bem maior. Crise do socialismo foi o momento mais importante para o fortalecimento do nosso partido. Tínhamos naquele momento João Amazonas, que serviu de exemplo não só para o Brasil, mas para o mundo. O PCdoB está desafiado a uma nova alavanca ao lado dos trabalhadores e da juventude. Os avanços e dificuldades ao longo dos 10 anos com os governos Lula e Dilma serão avaliados no nosso 13º Congresso, mas apresentaremos também os rumos para o país avançar nas mudanças. O PCdoB não abre a mão de fazer a luta política junto aos trabalhadores, nos bairros, nos movimentos sociais de base, no movimento estudantil. Somos, sim, deputado dos trabalhadores, de homens e mulheres, que sabem que este país pode, sim, ser socialista. Somos o partido de João Amazonas, e de Maurício Grabois, esses homens que derramaram sangue”, discursou Assis.

O vice-prefeito Antonio Feldmann enalteceu a capacidade do PCdoB de mobilização e de preparo para a luta:

“A gente fica com um misto de inveja e satisfação ao ver, num sábado de manhã o, esse plenário da Câmara lotado em um encontro de partido. Precisamos levar essa capacidade de mobilização para dentro do nosso partido, o PMDB. Estão dando não apenas uma contribuição ao PCdoB, mas a política de construção social do nosso país. Em 2014, vamos completar 50 anos do golpe militar de 64. Hoje, vivemos em um país democrático, que tem liberdade de expressão, de imprensa, de organização partidária. Naquela ocasião, era o MDB e Arena. A Arena era a favor do governo, quem estava no MDB era contra o governo. Hoje, são muito complexas essas relações políticas. Não basta ser a favor ou contra. Hoje, somos aliados no governo municipal, no Estado estamos em campos opostos, e no governo federal somos aliados, mas temos nossas divergências. Quer colocar a democracia em perigo, enfraqueça os partidos políticos. Hoje, vivemos num sistema capitalista que transforma pessoas em mercadorias. Toda a transformação ocorre na luta do dia a dia”.

A secretária Abgail convocou a militância para fazer parte deste debate importante do partido de preparação para o 13º Congresso.

“Nossa militância está sendo chamada. É o momento da maior democracia interna do PCdoB. O nosso partido tem o caminho muito bem traçado, por meio de um novo projeto de desenvolvimento para o país. Insígnia do socialismo. Primeiro, faremos um balanço dos 10 anos DCE governos progressistas democráticos, a nossa incidência e, a nossa contribuição para o povo brasileiro. As nossas teses estavam prontas antes das manifestações de junho. O nosso grande palco é as ruas, mas estamos analisando o que as manifestações de junho nos trazem. Que esse momento sirva para debatermos com a sociedade. O que pensa o PCdoB, quais os rumos que aponta”, ponderou Abgail.

Na sequência, a secretária de Turismo defendeu o financiamento público de campanha e a democratização da mídia como necessários para a democracia.

“Não é possível um partido como o nosso competir com grandes lideranças, onde as empresas despejam dinheiro. Queremos a democratização da mídia, que entra nos nossos lares todos os dias, em especial a rede globo”.

O presidente da Câmara de Vereadores, Edson da Rosa (PMDB), fez coro às defesas do PCdoB.

“As pessoas querem uma mudança política, mas não sabem diferenciar a constituição dos três poderes. Esse encontro do PCdoB é de fundamental importância para mostrar as nossas bandeiras, as nossas lutas, enquanto forças políticas. Precisamos ainda entender como vocês, comunistas, estão fazendo agora para compreender como fazemos para mobilizarmos nossa militância. Não tem como promover mudanças sem reformas políticas. E aqueles que estão organizados terão melhores condições de debater”, afirmou o vereador.

Dirigente nacional apresenta teses com ênfase na democratização da mídia

Coube ao membro do Comitê Central, Adalberto Frasson, contextualizar as teses e a essência do debate promovido pelo PCdoB em preparação ao 13º Congresso. O dirigente ressaltou que as teses do partido já estavam concluídas e impressas antes das manifestações e que muitas reivindicações trazidas em cartazes e bandeiras constam no caderno temático do partido.

“Estamos iniciando um processo que vai durar um mês e meio em Caxias e região. Nós, do PCdoB, procuramos que as decisões partidárias sejam tomadas pelos militantes. A necessidade que temos é de que nossos filiados, militantes, dirigentes, se envolvam com os movimentos de base, com os trabalhadores para discutir as teses. Estaremos fazendo uma análise do governo Lula e Dilma e da nossa participação. Uma nação soberana não precisa mais pedir para o FMI o que deve ou não fazer em seu país, onde os trabalhadores são donos das suas riquezas. O nosso partido não abre mão de fazer o debate com a nossa militância, fazer curso de marxismo nos três níveis da nossa escola. O partido em Caxias demonstra que tem um vínculo com o povo”.

Frasson acrescenta ainda que estará em debate no partido as perspectivas do pensamento do PCdoB para o nosso país, que passa pela democratização da mídia.

“Essa mídia cosmopolita ainda não nos permitiu avançarmos para uma mídia alternativa. Foram concessões ganhas na ditadura. Por que (a mídia) combate a política? Para que o povo não participe da vida política deste país. Essa mesma mídia jogou o nosso ministro Orlando Silva no rol dos políticos corruptos, com base em uma fonte comprada, foragida da Justiça. Tudo o que queremos é uma democratização que assegure o direito de resposta e de defesa. É preciso democratizar a mídia, sim. Não estamos dizendo com isso que não possam fazer o jornalismo do seu jeito, mas não com recursos públicos. Nosso trabalho é aprofundar as mudanças”, complementou.

De Caxias do Sul,
Roberto Carlos Dias