Após morte na Guatemala, presidente cogita proteção à jornalistas

O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, anunciou na terça-feira (20) que o Executivo estuda a criação de “uma instância que proteja o trabalho e a vida dos jornalistas”, depois do assassinato do profissional Carlos Orellana, no dia anterior, em Mazatenago, na costa sul do país. Esse já é o quarto caso registrado no país neste ano.

Após morte na Guatemala, presidente cogita proteção à jornalistas - AFP/Getty Images

 Em declarações feitas na cidade de Cobán, o mandatário declarou que, no decorrer da desta semana vai se reunir com o secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Francisco Cuevas, "para estudar formas de reduzir ataques contra profissionais da informação".

O presidente deve acrescentou anunciar as ações que visam dar resposta às violações dos direitos humanos dos informantes nos próximos dias. Segundo fontes oficiais, o objetivo é que a instância "estabeleça as responsabilidades e ações a serem tomadas imediatamente", quando um comunicador sofrer qualquer tipo de agressão.

Outras hipóteses

Quatro jornalistas foram mortos no país em 2013. Dois deles em agosto e o último, na segunda (19), na cidade de Mazatenango, enquanto fazia exercícios em uma estrada local.
Embora os especialistas tenham dito que todos os pertences da vítima, Carlos Orellana, estavam intactos dentro do carro, não consideram excluir “a hipótese de roubo como motivo para o ataque".

O ministro de Interior, Mauricio Lopez Bonilla, disse à imprensa que investiga o fato, sem descartar qualquer hipótese. "Mesmo como jornalista, (Orellana) foi um cidadão comum e, como tal, pode ter problemas ou ser vítima de um grupo de extorsão", disse.

Crise com o governo

As relações entre imprensa e governo se deterioraram nos últimos meses. O caso mais emblemático é o do diretor do jornal elPeriódico, José Rubén Zamora, que acusa Pérez Molina de tentativa de suborno para silenciar suas críticas.

"Em março passado, aproveitando-se de uma amizade de 20 anos, o presidente visitou-me na minha casa. Almoçamos, e ele propôs, um suborno ao invés de um acordo de paz", escreveu Zamora.

Da redação do Vermelho,
Com informações de agências internacionais