Fábrica Social entrega 786 cartões a beneficiários

"Hoje posso ter uma vida digna", comemorou Elkianne Oliveira Rocha, de 23 anos, participante do Programa Fábrica Social do Governo do Distrito Federal, que recebeu ontem, das mãos do governador Agnelo Queiroz, o Cartão Benefício Fábrica Social.

Moradora de Santa Luzia, assentamento próximo à Estrutural, a ex-empregada doméstica contou como sua vida mudou após o início do projeto. "Sou separada e mãe de duas filhas. Não sabia a quem recorrer e hoje posso ter dignidade e independência financeira. Mais do que isso, ter uma profissão e dar um futuro melhor para minhas filhas", disse Elkianne, otimista.

A secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia, orgulha-se da nova condição de Elkianne. "O trabalho doméstico sempre foi relegado às mulheres e, para muitas brasileiras, tornou-se uma profissão. Presenciar o crescimento profissional de uma mulher e vê-la conquistando sua autonomia, recuperando a sua autoestima é, sem dúvida, muito gratificante", revelou.

Foram entregues 786 cartões aos beneficiários. Por meio deles, os capacitandos receberão bolsa-salário e auxílios assiduidade, moradia e transporte. Os benefícios são concedidos pelo trabalho dos participantes, que durante a capacitação aprendem a confeccionar artigos esportivos, como bolas, redes, camisetas e mochilas. O valor pode chegar a R$ 2 mil por mês, conforme a produção de cada um.

O governador Agnelo Queiroz ressaltou que o principal objetivo do programa é a capacitação profissional qualificada e continuada de pessoas em situação de vulnerabilidade social e o auxílio no combate às desigualdades sociais no DF. "A principal meta do nosso governo é ajudar as pessoas que mais precisam, com políticas públicas que efetivamente atendam à população que mais sofre no DF. As obras são importantes, mas o mais importante é o ser humano", afirmou Agnelo.

Oportunidade –

A dona de casa Eva Lúcia, de 42 anos, enxerga no projeto uma chance para mudança de vida. Antes do programa, ela não conseguia entrar no mercado de trabalho por falta de qualificação profissional. Agora, Eva, que nunca teve a carteira de trabalho assinada, se sente motivada em relação às aulas de capacitação e palestras motivacionais.

Com as oficinas de capacitação profissional, a dona de casa espera arranjar um emprego que garanta todos os seus direitos trabalhistas, como férias, FGTS e auxílio-creche. "Meu sonho é ter carteira assinada e sei que vou conseguir. Esse projeto veio na hora certa, agora posso ter uma profissão", comemorou.

O coordenador do projeto Fábrica Social, Gerêncio de Bem, ressaltou que o projeto é referência na transferência de renda no Brasil. Segundo ele, o governo pretende expandir o programa a outras cidades, abrindo, inclusive, novas etapas de capacitação a cada fim de ciclo. "Qualificar os aprendizes é mais que uma questão trabalhista e profissional. Queremos estender o benefício a todos aqueles que precisam", afirmou o coordenador.

Novas inscrições –

Para candidatos interessados em participar do Programa Fábrica Social, serão abertas 571 novas vagas. As inscrições vão de 10 a 22 de setembro, incluindo sábados e domingos, e serão realizadas apenas pela central de telefone 156 – opção 8, das 7h às 19h.

Quem pode participar – Pessoas inscritas no Cadastro Único para Programa Sociais do Governo Federal e do Distrito Federal com renda familiar per capita de até R$ 140, e que estejam com o seu cadastro atualizado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Idade mínima de 16 anos. Pessoas com deficiência. Pessoas idosas. Adolescentes em conflito com a lei, a partir de 14 anos.

Programa –

O Fábrica Social tem como principal objetivo capacitar pessoas de baixa renda dos programas Bolsa Família e DF Sem Miséria, programa de transferência de renda do GDF.

Idealizado pelo governador Agnelo Queiroz e executado pela Secretaria Extraordinária da Copa 2014 (Secopa), o Programa Fábrica Social não se concentra apenas na qualificação profissional. Os materiais produzidos pelos beneficiários serão destinados a escolas, creches, presídios, unidades de internação, ruas de lazer, entre outros. Dessa forma, o esporte e a economia local são incentivados.

Benefícios –

Os aprendizes recebem auxílio-transporte, alimentação e, de acordo com a produção individual, um auxílio que pode chegar a R$ 2 mil por mês, e aprendem a operar máquinas e equipamentos para confecção de itens esportivos como bolas, redes, uniformes escolares e jogos educativos.

Os alunos terão oficinas de corte e costura/bordado, serigrafia e confecção de bolas, pastas e mochilas. Além disso, eles aprenderão a manipular e fazer a manutenção de todo o maquinário. Ao final do ciclo, que durará dois anos, a expectativa é que sejam produzidos mais de três milhões de produtos, que serão doados a escolas públicas, outros órgãos do GDF e entidades sem fins lucrativos.