"Muitos não querem a paz na Colômbia", diz Iván Márquez das Farc

O chefe da delegação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) no diálogo pelo fim do conflito armado, Ivan Márquez, afirmou que algumas pessoas em seu país “não querem a paz” e, por isso, “conspiram contra a solução política”. Em uma entrevista ao Canal Capital, o membro da guerrilha denunciou as campanhas midiáticas que sistematicamente geram confusão no entendimento das mesas de conversação. 

“Há um centro de perfídia que, periodicamente, lança uma espécie de campanha midiática para gerar problemas no bom entendimento que deveria ser dado a mesa de diálogo, além de impor armadilhas artificiais à negociação com o governo”, disse Márquez ao jornalista Antonio Caballero.

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Segundo ele, um dos principais inimigos do processo é o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe. “Enquanto foi presidente não foi capaz de ganhar a guerra e agora não quer deixar que firmemos a paz”, declarou o membro das Farc, que completou: “(Uribe) deveria ter uma atitude mais séria que permita chegar a um acordo entre os colombianos que querem, majoritariamente, solucionar o conflito de forma pacífica”.

Da mesma forma, Pablo Catatumbo, porta-voz da força insurgente, manifestou que o “uribismo” é o maior conspirador da paz, porque “acredita que a única maneira de alcançá-la é derrotando a guerrilha. Já levam 60 anos dizendo que vão acabar com as Farc”.

Márquez e Catatumbo fizeram referência também ao procurador Alejandro Ordóñez, quem consideram ser outro empecilho ao processo de paz.

Na opinião de Catatumbo, Ordóñez está se convertendo em um “elemento absolutamente desestabilizador da governabilidade” e uma figura que inspira “um temor quase reverencial, que manda e demanda no país”. Márquez completou comparando o procurador com Tomás de Torquemada, inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século 15.

Os negociadores das Farc-EP e representantes do governo colombiano se preparam para iniciar um o 15º ciclo de conversações pelo fim do conflito armado, em Havana (Cuba).

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina