Venezuela repudia decisão dos EUA de expulsar seus diplomatas

Os Estados Unidos anunciaram que também expulsaram três diplomatas venezuelanos, inclusive o encarregado de negócios da Embaixada em Washington, Calixto Ortega, em resposta à decisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de banir três diplomatas norte-americanos. Caracas repudiou a expulsão de seus funcionários.  

Ortega, assim como a segunda secretária da embaixada venezuelana em Washington, Mónica Alejandra Sánchez Morales, e a cônsul em Houston, Marisol Gutiérrez de Almeida, têm 48 horas para deixar o país, de acordo com a CNN.

De acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (2) pela Chancelaria venezuelana, a expulsão dos diplomatas nacionais do território estadounidense não pode ser considerada como uma decisão recíproca, pois "os funcionários não ousaram em nenhum momento manter reuniões com grupos contrários" ao governo de Barack Obama.

Leia também:

Nicolás Maduro expulsa diplomatas norte-americanos da Venezuela

 
Maduro disse que não haverá boas relações entre os país, enquanto os EUA não "entenderem" que é necessário um diálogo baseado no respeito mutuo. "O governo norte-americano precisa respeitar a Venezuela, que é um país soberano ou simplismente não haverá relação cordial, nem comunicação", afirmou o mandatário em um discurso transmitido em rede nacional.

Ontem, o presidente venezuelano anunciou a expulsão da encarregada de negócios dos EUA na Venezuela, Kelly Keirderling; de Elizabeth Hoffman, da seção política, e do vice-cônsul Dave Moo, por terem se reunido com "a extrema-direita venezuelana" com a finalidade de apoiar planos de sabotagem e desestabilização.

"Não posso permitir que nenhum governo se infiltre em assuntos internos e participe de planos para desestabilizar o meu país", disse Maduro, que acusou os diplomatas de oferecerem dinheiro para gerar agitação nas empresas e causar apagões eletricos.

"É lamentável que o governo venezuelano tenha decidido novamente expulsar diplomatas com base em alegações sem fundamento, o que requer uma ação recíproca. É contraproducente para os interesses dos dois países e não é uma forma séria de se dirigir a política externa de um país", disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano citado pela emissora de televisão. Washington "rejeita completamente as explicações do governo venezuelano sobre qualquer participação do governo dos EUA em qualquer tipo de conspiração para desestabilizar" o Executivo de Maduro, acrescentou o porta-voz.

Em uma entrevista coletiva posterior em Caracas, Kelly rejeitou as acusações do governo venezuelano e disse que as operações consulares e comerciais continuarão com normalidade. "Todas as acusações de sabotagem, de conspiração, que nós vamos acabar com o mundo, todas são falsas", disse Kelly que, junto com os outros diplomatas expulsos, tem até amanhã para deixar a Venezuela.

No mesmo comunicado no qual repudia a expulsão de seus funcionários, Caracas afirma que as declarações de Kelly são uma "confissão da aberta ingerência nos assuntos internos da Venezuela".

Com informaçõe do Opera Mundi e Prensa Latina